Os preços da carne bovina negociada no atacado da Grande São Paulo permanecem firmes nesta segunda quinzena de março, período em que, vale lembrar, os valores tendem a cair devido à menor demanda. Segundo pesquisadores do Cepea, a firmeza nas cotações da proteína se deve, em partes, à corrida do varejo para abastecer supermercados, depois do anúncio de quarentena por parte do governo, em decorrência da pandemia de coronavírus. No acumulado da parcial deste mês (até o dia 25), a carcaça casada bovina registra valorização de 5,16%, negociada a R$ 14,26/kg, à vista, nessa quarta-feira, 25.
SUÍNOS: RITMO DE NEGÓCIOS DIMINUI E PREÇOS RECUAM COM FORÇA
O atual cenário de quarentena e distanciamento social tem reduzido a demanda de restaurantes, escolas, hotéis e outros serviços de alimentação por carnes. Assim, segundo informações do Cepea, o volume de negociação envolvendo suíno vivo, carnes e cortes já está menor, resultando em baixas significativas nos valores desses produtos. Quanto ao suíno vivo, a queda mais expressiva nos valores entre 18 e 25 de março foi registrada em São José do Rio Preto (SP), de 10,1%, com o animal cotado a R$ 5,32/kg na quarta-feira, 25. No mercado de carcaças da Grande São Paulo, a especial se desvalorizou 2,8% em sete dias, a R$ 8,55/kg. O preço da carcaça comum recuou 1,6% no mesmo período, a R$ 8,22/kg na quarta. Dentre os principais cortes de suínos coletados pelo Cepea negociados no atacado do estado de São Paulo, o pernil com osso apresentou a desvalorização mais forte no mesmo período, de 4,4%, com média de R$ 9,64/kg ontem.
HORTIFRUTI: EM QUARENTENA, DEMANDA RECUA NO VAREJO E NAS ROÇAS
Agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea afirmam que, devido às recomendações de isolamento social e quarentena, têm enfrentado demanda bastante reduzida nesta semana, tanto no varejo quanto nas roças. Sem grande giro de vendas no comércio, compradores estão receosos em manter os pedidos no campo, já que a sobra de mercadorias pode causar perdas e prejuízos. No caso da cebola, por exemplo, alguns atacadistas realizam entregas, o que acaba mantendo a liquidez. Outro problema relatado pelos agentes é o frete. Além da redução nos pedidos, alguns produtores que ainda precisam atender clientes estão com dificuldades em escoar sua produção aos centros consumidores por falta de transporte, como em Caçador (SC) e Venda Nova do Imigrante (ES), áreas tradicionalmente produtoras de tomate.