Os preços da arroba do boi gordo atravessaram julho relativamente firmes. No acumulado do período (de 28 de junho a 31 de julho), o Indicador do boi gordo ESALQ/B3 (mercado paulista, à vista) acumulou baixa de 2,6%, fechando a R$ 152,80 no dia 31.
Apesar disso, a média mensal, de R$ 153,12, superou em 2,11% à do mês anterior, voltando aos patamares verificados em maio. A média de julho/19 também esteve 2,35% acima da observada em julho de 2018, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de junho/19).
Com a demanda doméstica ainda fragilizada pelo baixo poder de compra da população, o suporte aos preços internos seguiu vindo do bom desempenho das exportações brasileiras de carne bovina. Além disso, o volume de oferta de animais prontos para abate foi regulado ao longo de julho, favorecendo a sustentação dos preços da arroba no mês, mesmo com escalas de abate relativamente confortáveis.
A boa performance das exportações ao longo deste ano e a possibilidade de novos incrementos das vendas internacionais – em função do aumento de volume para certos destinos e/ou da abertura de mercados – trazem expectativas de continuidade no movimento de recuperação dos preços da arroba para os próximos meses.
EXPORTAÇÕES – Em julho, o Brasil embarcou pouco mais de 129 mil toneladas de carne bovina in natura, segundo dados da Secex. Esse volume superou em 15,7% o do mês anterior e ficou 1% abaixo do de julho do ano passado. Este foi o 13º mês consecutivo de exportações acima das 100 mil toneladas, se aproximando do resultado observado entre maio de 2006 e junho de 2007, quando o País manteve as vendas acima desse volume por 14 meses seguidos.
REPOSIÇÃO – A relação de troca de um boi gordo (de 17 arrobas) por bezerro (nelore, de 8 a 12 meses) apresentou melhora em julho para o pecuarista que faz recria-engorda de São Paulo e de Mato Grosso do Sul. Ainda assim, a demanda por reposição esteve baixa ao longo do mês, deixando o mercado de bezerros e bois magros em ritmo lento.
Em julho, a venda de um boi gordo de São Paulo possibilitou a compra de 1,98 bezerro no mesmo estado, contra 1,94 em junho. Em Mato Grosso do Sul, a relação de troca passou de 1,98 bezerro para 2,04 bezerros.
No mês, a média do bezerro negociado em São Paulo foi de R$ 1.312,87/cabeça, estável frente ao de junho, mas forte alta de 8,7% em relação à de julho de 2018, em termos reais. Em Mato Grosso do Sul, a média do animal foi de R$ 1.274,48, queda de 0,9% quando comparada à de junho, porém, aumento de 3,8% frente à de julho/18, também em termos reais.