Em outubro, os preços do boi gordo para abate operaram em patamares maiores que os observados no mês anterior. A sustentação veio do ajuste de oferta ao longo da cadeia e também do bom desempenho das exportações de carne bovina. O ritmo de negócios no mercado spot nacional, contudo, foi menor em outubro, justamente neste período que é tradicionalmente marcado pela maior liquidez. Esse cenário se deve às vendas domésticas de carne ainda acomodadas e ao alongamento das escalas de abate por parte de algumas indústrias.
No dia 31, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (estado de São Paulo) fechou a R$ 237,50, ligeira alta de 0,57% no acumulado de outubro. A média mensal, por sua vez, foi de R$ 237,83, sendo 12,07% acima da de setembro/23, mas 15% abaixo da de outubro/22, em termos reais (as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI setembro/23). O avanço verificado de setembro para outubro caracteriza-se como uma recuperação, tendo em vista que os preços do animal para abate vinham registrando quedas mensais consecutivas ao longo deste segundo semestre – e esse movimento de baixa, por sua vez, era reflexo da maior oferta de animais e dos estoques elevados no atacado e no varejo.
CARNE - Para a carne negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo, a média da carcaça casada do boi foi de R$ 16,66/kg no dia 31, com alta de 2% no acumulado de outubro – ressalta-se que a carcaça chegou a ser negociada na casa dos R$ 17/kg em meados do mês, patamar que não era observado desde julho deste ano. Em outubro, a média de comercialização da carcaça casada foi de R$ 16,79/kg, com avanço de 7,2% frente à de setembro/23, mas queda de 8,9% em relação à de outubro/22, em termos reais. É importante observar que a retração no preço da carne ao longo de um ano é menor que a verificada para o boi gordo para abate, cenário que pode resultar em margens melhores aos agentes de indústrias, sobretudo nos casos dos que atuam apenas com o mercado doméstico.
REPOSIÇÃO – O mercado de reposição seguiu o mesmo movimento verificado para o animal para abate e para a carne, com avanço na comparação mensal e queda na anual. Neste caso, a sustentação de setembro para outubro vem da redução na oferta de animais jovens neste período. O Indicador do bezerro ESALQ/BM&FBovespa (nelore, de 8 a 12 meses, Mato Grosso do Sul) fechou a R$ 2.077,76/cabeça no dia 31, com valorização de 3,54% no acumulado de outubro. No mês, a média foi de R$ 2.058,34, elevação de 2,64% frente à de setembro/23, mas recuo de 11,86% em relação à de outubro/22, em termos reais. Quanto ao boi magro, as cotações também voltaram a subir em outubro, como reflexo do movimento verificado para o boi gordo. Em Presidente Prudente (SP), o valor médio de negociação do boi magro em outubro foi de R$ 3.088,67/cabeça, alta de 7,16% frente ao de setembro/23, mas queda real de 16% em relação à de outubro/22.