Os preços do boi gordo seguem oscilando com certa força no mercado nacional, de acordo com levantamento do Cepea. No correr de abril, o Indicador ESALQ/B3 do boi gordo esteve entre R$ 154,00 e R$ 159,20, ou seja, diferença de 5,2 Reais/@. Essa disparidade, de acordo com pesquisadores do Cepea, está atrelada à entrada e à saída de operadores do mercado. No acumulado de abril, o Indicador ESALQ/B3 registrou queda de 1,34%, fechando o mês a R$ 154,95. Apesar disso, o valor médio mensal do Indicador, de R$ 157,29, foi 2,86% superior ao do mês anterior e o maior, em termos reais, desde fevereiro do ano passado, quando a média real foi de R$ 157,98 – os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de março/19. Esse cenário indica relativa firmeza nos preços neste ano, que vem sendo marcado pela oferta restrita de animais para abate e também pelo bom desempenho das exportações.
FRANGO: ALTA NAS COTAÇÕES DOS PRODUTOS AVÍCOLAS SE INTENSIFICA EM ABRIL
De acordo com pesquisas do Cepea, o movimento de alta nos preços dos produtos avícolas (pintainho, frango vivo, carnes e cortes) se intensificou em abril. No caso do animal vivo, os valores médios mensais já são os maiores desde dezembro de 2015, em termos reais (as cotações foram deflacionadas pelo IGP-DI de março/19). Em abril, o preço médio do frango vivo negociado na Grande São Paulo esteve em R$ 3,45/kg, alta de 10,2% frente ao de março/19 e de expressivos 48% no comparativo com abril/18, em termos reais. Trata-se ainda, do maior patamar desde dezembro/15, quando a média real do animal vivo foi de R$ 3,55/kg. Naquele período, os valores eram impulsionados pela exportação brasileira recorde da carne, que, por sua vez, era influenciada por casos de influenza aviária nos Estados Unidos, maior concorrente do Brasil. De acordo com colaboradores consultados pelo Cepea, o recente aumento nos preços do frango se deve à demanda aquecida, especialmente por parte do mercado internacional. Neste caso, verifica-se aumento da demanda chinesa pela proteína avícola, em decorrência dos casos de Peste Suína Africana (PSA) – além da menor oferta da carne suína, a doença gerou certo temor no consumo.
SUÍNOS: NEGOCIAÇÕES SE AQUECEM NO SUL DO PAÍS
As negociações no mercado suinícola estiveram aquecidas no correr de abril em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, estados que têm participação significativa nas exportações brasileiras. Além das vendas para o mercado externo, a baixa oferta de suínos em peso ideal para abate impulsionou os valores do animal vivo em todas as regiões do Sul do País que são acompanhadas pelo Cepea. Já em São Paulo e em Minas Gerais, que se caracterizam por destinar maior parte da produção ao atendimento do mercado doméstico, a liquidez foi mais lenta. Apesar de, no geral, as condições de mercado estarem mais favoráveis do que aquelas de 2018, suinocultores independentes consultados pelo Cepea seguem cautelosos em aumentar a produção, mesmo com as sinalizações de possíveis altas na demanda externa pela carne suína.