Em julho, o Brasil exportou 166,29 mil toneladas de carne bovina in natura, apenas 1,75% a menos que a quantidade embarcada em julho/20 e 2,47% abaixo do recorde, atingido em outubro/19, segundo dados da Secex. Chamou a atenção do setor o preço recorde pago em dólar pela carne bovina embarcada, que chegou a US$ 5.427,7/tonelada. Esta média ficou 20,35% acima da observada no início deste ano e 32,99% superior à de julho/20. O dólar elevado no mês passado (a R$ 5,16) e o valor recorde pago pela carne exportada, por sua vez, resultaram em receita em moeda nacional também recorde, de expressivos R$ 4,65 bilhões, ainda de acordo com dados da Secex. Segundo pesquisadores do Cepea, o bom desempenho das exportações brasileiras de carne e o baixo volume de animais para abate no mercado interno seguem sustentando os valores da arroba. Nessa quarta-feira, 4, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (São Paulo, à vista) fechou a R$ 316,70, ligeira queda de 0,04% frente ao da quarta anterior, dia 28 de julho.
SUÍNOS: VENDAS EXTERNAS TÊM LEVE QUEDA, MAS CONTINUAM EM PATAMAR ELEVADO
Depois de terem atingido recorde em junho, as exportações brasileiras de carne suína in natura recuaram um pouco em julho. No entanto, apesar da queda mensal, o volume embarcado ainda seguiu como um dos maiores da série histórica da Secex, somando 92,8 mil toneladas, 5% menor que o de junho, mas 2,9% acima do registrado em jul/20. Trata-se, também, do terceiro maior volume exportado em 2021, atrás somente do de março (96,8 mil toneladas) e do recorde de junho (97,8 mil toneladas). De acordo com colaboradores do Cepea, os embarques em bom desempenho ajudaram a aquecer a liquidez no mercado doméstico, principalmente do animal vivo, para o qual a firme demanda da indústria manteve os preços em leve tendência de alta na maioria das regiões acompanhadas. Já no mercado da carne, a baixa procura na última semana de julho e o leve recuo no preço da carne bovina pressionaram as cotações dos cortes suínos. Agentes do setor consultados pelo Cepea têm expectativas de que a tendência de queda nos valores seja interrompida nesta semana, fundamentados no possível aquecimento das vendas neste início de mês e também na proximidade do Dia dos Pais.
ALFACE: CLIMA FRIO REDUZ OFERTA E ELEVA PREÇOS EM SÃO PAULO
A primeira quinzena de julho foi marcada por queda no volume de alfaces, tanto devido à menor área plantada quanto ao clima frio, que atrasou o desenvolvimento da folhosa, ocasionando janelas na disponibilidade do produto. Além disso, na segunda metade do mês, a ocorrência de geadas causou perdas severas nas lavouras paulistas de Ibiúna e Mogi das Cruzes. Assim, houve redução expressiva na oferta de alfaces, o que impulsionou os preços. Já a liquidez seguiu limitada, impedindo maiores valorizações, visto que as baixas temperaturas também reduziram o consumo. Em julho, o preço médio da variedade crespa subiu 9,8% em Mogi das Cruzes frente ao de junho, fechando o mês com média de R$ 0,71/unidade. Para a variedade americana, que foi a mais prejudicada pelo atraso no ciclo, a valorização mensal foi de 8,5% na mesma região, para R$ 1,23/unidade em julho. Em Ibiúna, houve significativo aumento de 44,8% no valor da crespa, que registrou média de R$ 0,53/unidade em julho; para a americana, a média fechou a R$ 1,09/unidade, 29,2% maior, na mesma comparação.