Os preços do dianteiro bovino estão em forte ritmo de alta neste ano. O produto negociado no mercado atacadista da Grande São Paulo já se valorizou fortes 24,6% desde o início de 2019. Somente nesta parcial de abril, a alta no preço é de 7,2%, com o dianteiro negociado a R$ 9,52/kg nessa quarta-feira, 24. Além da elevação nos preços do boi gordo, a valorização do dianteiro está relacionada ao bom desempenho das exportações nacionais neste ano, especialmente à China. De janeiro até a terceira semana de abril, o Brasil já embarcou 407,4 mil toneladas de carne bovina in natura (a todos os destinos), 4,7% a mais do que de janeiro a todo o mês de abril do ano passado, de acordo com dados da Secex. Quanto aos demais cortes, o traseiro apresenta movimento contrário, registrando queda de 10,94% em 2019 – em abril, porém, os preços desse corte subiram ligeiro 1,3%, a R$ 12,37/kg nessa quarta. A cotação média da ponta de agulha, por sua vez, fechou a R$ 9,15/kg nessa quarta, com altas de 6,9% no ano e de 7,4% neste mês. Com a forte alta no preço do dianteiro e queda no do traseiro, a carcaça casada do boi registra estabilidade em 2019, com ligeira alta de 0,65%. Já na parcial de abril, o preço da carcaça do boi tem alta de 3,83%, com o produto negociado a R$ 10,84/kg nessa quarta, 24.
SUÍNOS: RELAÇÃO DE TROCA POR INSUMOS EM SC É A MELHOR DESDE NOV/17
Com o aumento nos preços do suíno vivo e a queda nas cotações dos principais insumos utilizados na atividade (milho e farelo de soja), o poder de compra de suinocultores paulistas e catarinenses vem aumentando neste mês de abril. Na média parcial do mês (até o dia 24), com a venda de um quilo do animal vivo, é possível ao produtor do Oeste Catarinense a aquisição de 6,89 quilos de milho ou de 3,43 quilos de farelo de soja, 8,3% e 4,2%, respectivamente, a mais do que em março/19. Esta é a relação de troca mais favorável ao suinocultor da região desde novembro de 2017, quando a venda de um quilo do animal vivo possibilitava a compra de 7,22 quilos de milho ou de 3,55 quilos de farelo de soja. O produtor paulista, por sua vez, consegue adquirir neste mês 7,15 quilos de milho ou 3,8 quilos de farelo de soja com a venda de um quilo de suíno vivo, o maior poder de compra desde janeiro/18, quando o quilo do suíno comprava 7,2 quilos de milho ou 3,82 quilos de farelo de soja. De acordo com colaboradores do Cepea, as valorizações do suíno vivo, em especial na região Sul, estão atreladas ao aumento da procura por parte de frigoríficos para atender contratos de exportação. Na parcial de abril, o suíno vivo registra média de R$ 4,01/kg na região catarinense, 2,8% acima da de março/19. Na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), a média atual, de R$ 4,30/kg, supera em 2,1% a do mês anterior.
UVA: SAFRA DE UVAS FINAS TERMINA EM SÃO PAULO
A safra de uvas finas se encerrou nas praças paulistas de São Miguel Arcanjo e Pilar do Sul em meados de abril. De acordo com agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea, em geral, os preços foram considerados positivos – problemas na produção de outros municípios reduziu a oferta nacional, impulsionando os valores. Em dezembro/18 e janeiro/19, praticamente não houve oferta em Pilar do Sul, devido às chuvas que acometeram a região no período de podas e que afetaram a produtividade, gerando atrasos no calendário. Já em São Miguel Arcanjo, mesmo diante do clima adverso, a colheita seguiu o ritmo habitual (porém, a produtividade também foi menor). Em março, as chuvas ocasionaram perdas por podridão e rachadura de bagas. Já em abril, o aumento da oferta de uvas finas, com a entrada da fruta de Marialva (PR), pressionou as cotações por algumas semanas. De janeiro à primeira quinzena de abril, a itália paulista teve preço médio de R$ 4,59/kg, 40% superior ao do mesmo período de 2018. Os custos, por sua vez, foram estimados em R$ 2,50/kg. Contudo, houve queda na produtividade (de 34,2%) e redução de praticamente três semanas no calendário de oferta, o que "mascarou" a rentabilidade positiva. Mesmo diante desse cenário, a margem de ganho do produtor foi mais estreita. Assim, como reflexo de preços oscilantes e da safra curta, produtores devem reduzir a área podada dos seus parreirais no final de ano.