Pesquisas do Cepea apontam que desde o início deste ano, enquanto o Indicador do boi gordo ESALQ/B3 (à vista, mercado paulista) acumula alta de 3,32%, a carcaça casada do boi (também à vista, no mercado atacadista da Grande São Paulo) registra desvalorização de 1,4%. Isso porque, depois de sete meses, os valores médios da arroba do boi voltaram a fechar acima dos da carne. Entre setembro de 2018 e março deste ano, quando a carne vinha sendo comercializada a valores acima das verificadas ao boi, a maior diferença entre os preços, de 8,39 reais a favor da carcaça, foi verificada em dezembro/18, mês em que a arroba do boi gordo teve média de R$ 153,82 e a carne, de R$ 162,21 – as médias mensais estão em termos reais (foram deflacionadas pelo IGP-DI de março/19). Já neste mês de abril, enquanto o boi gordo registra média de R$ 157,81, a carne é negociada a R$ 157,20, com pequena diferença de 0,61 real/@ a favor do boi. Essa inversão em abril, de acordo com pesquisadores do Cepea, é reflexo, sobretudo, do movimento entre o final do ano passado e começo de 2019, quando os preços da arroba subiram diante da oferta restrita de animais no campo, dos elevados volumes de exportação e também do ligeiro aquecimento na demanda interna.
SUÍNOS: CHINA, HONG KONG E RÚSSIA IMPULSIONAM EXPORTAÇÕES
As exportações brasileiras de produtos suinícolas seguiram aquecidas em março, com o volume total escoado ao front externo registrando avanço de 1,8% frente ao mês anterior, segundo dados da Secex. Levantamento do Cepea apontou que esse desempenho está atrelado, principalmente, às maiores compras feitas por parte dos três principais parceiros comerciais do Brasil neste mercado: China, Hong Kong e Rússia – juntos, estes destinos responderam por 60% das vendas feitas pelo País. Enquanto em fevereiro as exportações totais de suínos foram de 53,3 mil toneladas, em março, avançaram para 54,3 mil toneladas. Ao considerar apenas a carne in natura, que correspondeu a 87,5% das vendas de produtos suinícolas feitas pelo País no último mês, o desempenho de fevereiro para março aumentou de forma mais significativa, passando de 45,7 mil toneladas para 47,4 mil toneladas, alta de 3,5%.
CEBOLA: OFERTA DE CEBOLA ARGENTINA SE ELEVA, DEVIDO À BAIXA DISPONIBILIDADE NO BR
De acordo com pesquisas do Cepea, os preços da cebola no Sul do Brasil registraram alta de 1º a 5 de abril, devido à baixa oferta nacional. Esse cenário intensificou a entrada de cebolas argentinas, que supriram à demanda interna – vale ressaltar que a qualidade dos bulbos argentinos é bastante favorável e vem agradando compradores. Em Ituporanga e Lebon Régis (SC), com volume ofertado bastante baixo, a safra deve ser finalizada até o final deste mês. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, a cebola crioula de melhor qualidade está sendo comercializada neste final de temporada, devido à maior capacidade de armazenamento. Porém, boa parte do produto negociado está prejudicada por doenças, como carvão e bacterioses, o que acaba reduzindo o valor de mercado. Além disso, a colheita no Nordeste retornou nesta semana, mas ainda em ritmo ainda desacelerado após as chuvas. Entre 1º e 5 de abril, o preço médio da caixa 3 beneficiada foi de R$ 48,33/sc, aumento de 9,8% frente à semana anterior.