O mercado pecuário tem se caracterizado pela oferta “limitada” de animais para abate e pela demanda externa aquecida, que enxuga a disponibilidade doméstica. Segundo pesquisadores do Cepea, essa combinação justifica a valorização dos animais no campo e da carne tanto no atacado doméstico quanto no mercado internacional – influenciado também por outros fatores. Como resultado, conforme o Centro de Pesquisas, o volume posto à disposição do consumidor brasileiro se mostra abaixo da demanda, cenário que vem resultando, desde a última semana de março, em sucessivas altas nos preços da carne com osso e de cortes negociados no atacado da Grande São Paulo. Esse comportamento tem reduzido a competitividade da carne bovina frente às principais concorrentes, a carne suína e de frango, e também diante da tilápia, ainda conforme levantamentos do Cepea. No front externo, o Brasil embarcou até a segunda semana de abril, 10,9 mil toneladas/dia de carne bovina in natura, média 15,6% superior à de abril/24, de acordo com dados da Secex analisados pelo Cepea.
FRANGO: Competitividade aumenta frente à carne bovina, mas cai para suína
A carne de frango vem ganhando competitividade frente à bovina, mas perdendo em relação à suína neste mês, segundo apontam levantamentos do Cepea. De acordo com o Centro de Pesquisas, enquanto as proteínas avícola e de boi se valorizam, em relação a março, a suinícola registra queda de preços. Para a carne de frango, pesquisadores do Cepea explicam que, além de uma demanda mais firme, os feriados desta sexta-feira, 18 (Sexta-feira Santa), e da próxima segunda-feira, 21 (Tiradentes), reduzem os dias de programação de abate, o que, por sua vez, resulta em menor disponibilidade de carne no mercado interno. E a demanda externa também se mostra aquecida. De acordo com dados da Secex analisados pelo Cepea, nos primeiros nove dias úteis de abril, o setor avícola exportador registrou média diária de embarques de 22,4 mil toneladas, 9% acima da de abril do ano passado.
SUÍNOS: Cotações do vivo reagem
As cotações do suíno vivo reagiram nos últimos dias em quase todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o impulso vem da combinação de demanda firme e oferta controlada de animais para abate. Do lado dos compradores, levantamentos do Cepea mostram que atacadistas estão mais ativos, tendo em vista a necessidade de formação de estoques para atender ao possível aquecimento na demanda por conta dos feriados deste mês – Sexta-feira Santa, no dia 18, e Tiradentes, no dia 21.
OVOS: Demanda aumenta na Semana Santa, mas preços pouco se alteram
Levantamentos do Cepea mostram que a demanda por ovos tem aumentado gradualmente nesta Semana Santa; no entanto, as cotações estão praticamente estáveis na maioria das praças acompanhadas pelo Centro de Pesquisas. Segundo colaboradores, os preços já estão em patamares elevados, o que não abre espaço para valorizações ainda mais intensas, conforme explicam pesquisadores do Cepea. A expectativa de colaboradores do Cepea é que a demanda siga sustentando as cotações pelo menos até o fim do período religioso. Após esse momento, as altas podem se enfraquecer, devido ao avanço do mês.