A mudança de governo na Argentina não deve trazer impactos sobre a pecuária de corte brasileira. Sendo um grande produtor de carne, o Brasil compra pouca carne argentina – o país vizinho é o sexto maior produtor e o quinto maior exportador de carne bovina, segundo dados do USDA. Pesquisadores do Cepea indicam que, no mercado internacional, também não deve haver acirramento da concorrência com o Brasil. Ainda que seja esperado que a Argentina exporte mais, a carne produzida no país é reconhecida por sua qualidade e costuma ser comercializada em segmentos diferentes dos ocupados pela proteína brasileira – são poucos os nichos de concorrência direta. Por outro lado, o aumento das exportações argentinas abre espaço para o Brasil ampliar as vendas para lá. Segundo pesquisadores do Cepea, a carne brasileira é mais barata e acessível à população afetada pela crise econômica. De qualquer forma, esse comércio tenderia a ser modesto. É importante destacar, ainda, que os custos de produção no país vizinho são muito superiores aos dos brasileiros, dificultando sua competitividade junto a parceiros do Brasil, mesmo que o governo argentino implemente políticas de ampla abertura comercial.
SUÍNOS: DEMANDA CRESCE, E MÉDIAS MENSAIS SOBEM EM NOVEMBRO
As cotações do suíno vivo posto no frigorifico no mercado independente subiram em praticamente todas as praças acompanhadas pelo Cepea de outubro para novembro. Essa valorização mensal do animal está associada ao aumento da procura por carne suína, sobretudo para atender à demanda de fim de ano. Pesquisadores do Cepea destacam que, nas praças mineiras, especificamente, além da demanda aquecida, a reduzida oferta de animais em peso ideal para abate reforçou o movimento de alta nos preços. No mercado atacadista da carne, entre os cortes mais procurados para as festas de fim de ano, o pernil com osso foi o que apresentou a valorização mais expressiva de outubro para novembro. Para as próximas semanas, agentes consultados pelo Cepea estão otimistas, à espera de que as vendas continuem aquecidas, fundamentados na entrada de pagamentos de salários e do 13º.