Os preços do boi gordo até oscilaram ao longo de fevereiro, mas se mantiveram acima dos R$ 330,00 – Indicador CEPEA/B3, estado de São Paulo. No acumulado do mês (entre 31 de janeiro e 25 de fevereiro), o Indicador registrou ligeira queda de 0,22%, encerrando o período a R$ 343,05. Os valores seguiram sustentados pela oferta baixa de animais e pela demanda externa aquecida, sobretudo por parte da China. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário mostra que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia não trouxe – ao menos no curto prazo – grandes impactos sobre a cadeia pecuária nacional. Apesar de a Rússia já ter se configurado como um dos maiores destinos da proteína brasileira, o país vem reduzindo as aquisições nos últimos anos. Em 2021, a Rússia foi o oitavo maior destino da proteína brasileira, somando 35,356 mil toneladas de carne bovina, volume 40,1% inferior ao do ano anterior, de acordo com dados da Secex. Evidentemente, as vendas brasileiras à Rússia poderiam até voltar a se aquecer neste ano, especialmente diante da aproximação comercial entre os dois países. Agora, a maior preocupação de agentes nacionais refere-se aos fertilizantes, tendo em vista que a Rússia é um dos maiores fornecedores deste insumo ao Brasil. Esse cenário pode, por sua vez, elevar os custos de produção da pecuária nacional. Outro fator de influência deste conflito é sobre os preços dos grãos. A Rússia e a Ucrânia estão entre os maiores produtores mundiais de trigo e ambos têm relevância expressiva na oferta de excedentes para transações externas. Com a guerra, os preços internacionais do trigo dispararam, influenciando também os valores de outros grãos, como milho e soja, que são bastante utilizados na pecuária brasileira.
SUÍNOS: PREÇOS DO ANIMAL VIVO SÃO OS MENORES DESDE AGO/18
Os valores médios do suíno vivo recuaram em fevereiro em praticamente todas as praças acompanhadas pelo Cepea e voltaram aos menores patamares reais desde agosto de 2018. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio da oferta elevada de animais, que vem sendo observada desde o início deste ano. Além disso, o recuo na demanda final, sobretudo na primeira quinzena de fevereiro, por parte dos mercados interno e externo, reforçou o movimento de baixa nos preços. O preço médio do suíno comercializado na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba) foi de R$ 5,49 kg em fevereiro, queda de 0,6% frente a janeiro e 31,1% abaixo do de fevereiro/21, em termos reais (a série foi deflacionada pelo IGP-DI de janeiro/22).