O mercado de animais para abate segue firme na maior parte do País. Em geral, frigoríficos consultados pelo Cepea que buscam completar escalas e/ou atuam prioritariamente no spot têm encontrado certa dificuldade para novas aquisições, sobretudo nos valores menores do intervalo vigente. Segundo pesquisadores do Cepea, no mercado paulista, observa-se um recuo maior da indústria em comparação às demais regiões, na tentativa de evitar novos ajustes do preço da arroba. As compras efetuadas antecipadamente, seja por meio de contratos ou mesmo no spot na semana anterior, têm facilitado esse posicionamento. Vale ressaltar que a abertura pontual de preços maiores também possibilita à indústria preencher novas escalas e, num momento seguinte, evitar compra de volumes maiores, o que alivia a pressão de demanda. Pesquisadores do Cepea ainda indicam que, outro fator que, neste momento, diminui a necessidade de aumento de preços por parte da indústria é a possibilidade de queda brusca de temperatura nos próximos dias, o que pode fazer com que pecuaristas busquem vender mais rapidamente os animais prontos.
SUÍNOS: Mercado volta a se aquecer, e cotações reagem
Após uma leve desaceleração nas negociações de suíno vivo na última semana de julho, o mercado brasileiro voltou a se aquecer neste início de agosto. Com isso, os preços reagiram em grande parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Para a carne, agentes consultados pelo Cepea relatam melhora nas vendas, mas certa resistência por parte de compradores em aceitar os repasses dos aumentos do animal vivo aos cortes. Quanto às exportações brasileiras de carne suína (produtos in natura e processados), dados da Secex compilados pelo Cepea mostram que, em julho, foram embarcadas 137,1 mil toneladas, um recorde da série histórica da Secex, iniciada em 1997, além de expressivos 29,4% acima do volume de junho e significativos 31,5% maior que o enviado em julho do ano passado.
UVA: Rentabilidade da negra sem semente segue positiva
Os preços da uva negra sem semente fecharam julho 7,4% maiores que os do mês anterior no Vale do São Francisco (PE/BA). Na média, a variedade foi vendida a R$ 6,52/kg, 62% acima do custo de produção estimado junto a colaboradores do Hortifrúti/Cepea, mantendo a rentabilidade positiva. Em 2024, todos os meses do ano foram de cotações superiores aos gastos, mas, neste início de agosto, os valores caíram e, para alguns colaboradores, irão se aproximar dos custos unitários de produção – já foram relatadas vendas abaixo de R$ 5,00/kg. Segundo pesquisadores do Hortifrúti/Cepea, a desvalorização deve-se ao aumento da oferta, havendo, inclusive, sobras nos estoques.