Em meio a tantas incertezas relacionadas ao operacional da cadeia e ao comportamento da demanda – seja interna ou externa –, para curto e médio prazos, o mercado pecuário esteve instável no correr de março, conforme apontam pesquisas do Cepea. Os preços da arroba do boi gordo iniciaram o mês bastante firmes, sustentados pela baixa oferta de animais para abate. Já no início da segunda metade do mês, o avanço de casos de coronavírus no Brasil trouxe incertezas aos agentes de mercado consultados pelo Cepea, que passaram a trabalhar com bastante cautela. Nesse período, os preços da arroba se enfraqueceram. No encerramento de março, entretanto, o cenário voltou a se alterar. Neste caso, o aquecimento da demanda do varejista no mercado atacadista, no intuito de abastecer os supermercados, resultou em novo movimento de elevação nos preços da arroba, de acordo com pesquisadores do Cepea, que acabaram recuperando as perdas registradas em meados do mês. A demanda para exportação também seguiu dando sustentação às compras de animais a preços maiores. Além disso, a baixa disponibilidade de boi voltou a ficar evidente, o que fez com que pecuaristas recuassem as ofertas de valores menores, levando frigoríficos a abrir preços mais altos. Em março (até o dia 31), o Indicador CEPEA/B3 registrou ligeira alta de 0,7%, fechando a R$ 203,15 na terça-feira, 31. De 25 de março a 1º de abril, especificamente, o Indicador subiu 1,75%, a R$ 203,00 no dia 1º.
SUÍNOS: PREÇOS DO VIVO E DA CARNE CAEM COM MAIS FORÇA NO FINAL DE MARÇO
De acordo com pesquisas do Cepea, os preços do suíno vivo e da carne caíram com um pouco mais de força no encerramento de março. A pressão veio da demanda final pela proteína, que segue fraca. Segundo colaboradores do Cepea, o recuo na procura por carne no mercado atacadista tem feito com que representantes de frigoríficos reduzam o ritmo de produção e, consequentemente, a demanda por novos lotes de suínos para abate. No mercado independente de suínos vivo, as quedas mais significativas foram verificadas nas praças mineiras. Vale lembrar que a produção suinícola em Minas Gerais atende, em sua maioria, a demanda local, escoando apenas baixo volume para outros estados – diferente do visto em regiões do Sul, especialmente.