Em setembro, os valores médios mensais da arroba do boi gordo e da carcaça casada, ambos em São Paulo, foram os maiores das séries históricas do Cepea, em termos nominais. A média do boi gordo (Indicador ESALQ/B3, à vista, mercado paulista) foi de R$ 158,31 em setembro, a maior nominal da série, iniciada em 1994. No entanto, em termos reais, ou seja, considerando-se a inflação do período, a média de setembro está bem abaixo do recorde, de R$ 189,89, verificado em abril de 2015 (os dados foram deflacionados pelo IGP-DI de agosto/19). Quanto à carne negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo, a média de setembro da carcaça casada do boi foi de R$ 10,73/kg, também a maior, em termos nominais, da série, iniciada em 2001 para esse produto. Já em termos reais, a média de setembro esteve bem inferior ao recorde, de R$ 12,15/kg, também observado pelo Cepea em abril de 2015. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso aos preços vem da baixa oferta de animais prontos para abate e da demanda aquecida, especialmente por parte do mercado internacional.
SUÍNOS: PREÇO DA CARNE SOBE E COMPETITIVIDADE FRENTE ÀS SUBSTITUTAS DIMINUI
A carne suína se valorizou com força no mercado brasileiro em setembro, cenário que reduziu a competitividade da proteína frente às principais substitutas, bovina e de frango. No mês, a diferença entre os preços da carcaça suína e do frango inteiro resfriado foi de 2,60 Reais por quilo, a maior desde julho – ambos cotados no atacado da Grande São Paulo. Já no comparativo com a carcaça bovina, a diferença passou de 3,92 Reais/kg em agosto para 3,75 Reais/kg em setembro. De acordo com colaboradores do Cepea, ainda que a demanda doméstica por carne tenha se enfraquecido, a procura externa segue fortalecida, resultando em aumento nos preços internos das proteínas suína e bovina. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), 49,8 mil toneladas de carne suína foram embarcadas em setembro, 13% acima do volume exportado em agosto e 4% superior ao de setembro/18.