O mercado pecuário esteve bastante cauteloso nos dois primeiros meses de 2018. Depois de um 2017 conturbado, o ritmo de negócios envolvendo boi gordo tem sido lento neste ano.
No geral, novos lotes de animais para abate foram adquiridos apenas quando houve necessidade por parte dos frigoríficos. Muitos destes compradores indicaram que as vendas de carne no mercado atacadista ainda não se aqueceram. Já no front externo, as exportações brasileiras de carne bovina in natura seguiram em bom ritmo em fevereiro, o que resultou no melhor desempenho para um primeiro bimestre em quatro anos.
BOI – Com o mercado ainda lento, a média de preços do boi gordo no primeiro bimestre deste ano variou pouco frente à verificada no mesmo período de 2017 na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Em São Paulo, o valor médio do boi gordo nos primeiros dois meses de 2018 foi apenas 0,61% inferior ao do mesmo período de 2017, em termos nominais. Dentre os 11 estados acompanhados pelo Cepea, a queda mais intensa da média bimestral, de 5%, foi verificada no Paraná, enquanto a alta mais forte, de 4%, foi registrada em Rondônia.
Já frente ao mesmo período de 2016, os preços da arroba do boi no primeiro bimestre de 2018 recuaram em nove dos 11 estados acompanhados pelo Cepea. Neste caso, a variação negativa mais significativa, de 10%, foi verificada no Rio Grande do Sul. Em São Paulo, a queda foi de 3,62%. Vale lembrar que o primeiro bimestre de 2016 foi marcado por preços elevados para a arroba do boi, que, até então, registravam o maior patamar nominal da série histórica do Cepea.
EXPORTAÇÃO – O ritmo de embarques de carne bovina in natura em fevereiro foi considerado bom. De acordo com dados da Secex, o volume exportado no mês passado (18 dias úteis) foi 24% superior ao do mesmo período de 2017, com a tonelada da carne bovina negociada a US$ 4,000.4, em média. Considerado os dois primeiros meses deste ano, as exportações brasileiras somaram 197,6 mil toneladas, o melhor desempenho para o período desde 2014. Em termos de receita, o cenário foi similar. A média diária de fevereiro foi de US$ 21,8 milhões, 17,78% acima da de janeiro e 36% superior à do mesmo mês do ano passado.
CARNE – O preço da carcaça casada do boi também vem oscilando pouco no mercado atacadista da Grande São Paulo desde o início do ano. Considerando-se o valor à vista, o corte foi comercializado entre R$ 9,61/kg e R$ 10,42/kg no primeiro bimestre do ano, ou seja, diferença de apenas 81 centavos/kg. Ainda que o consumo esteja enfraquecido, o menor número de animais para abate limitou a oferta de carne no mercado atacadista e também quedas significativas dos preços. O valor médio da carcaça casada nesse período foi apenas 1,15% menor que o verificado nos primeiros dois meses de 2017 e também de 2016, em termos nominais.