Os preços da arroba do boi gordo estiveram firmes ao longo de agosto. No mês, o Indicador do boi gordo ESALQ/B3 (estado de São Paulo, à vista) acumulou alta de 2,78%, fechando a R$ 157,05 no dia 30. Os valores foram sustentados pela baixa oferta de animais prontos para abate neste período de entressafra e pelo bom desempenho das exportações nacionais, tendo em vista que a demanda doméstica continuou arrefecida. Em agosto, o valor médio do Indicador ESALQ/B3 do boi gordo foi de R$ 154,41, sendo 0,84% acima do de julho e 1,7% superior ao de agosto do ano passado, em termos reais (os valores foram atualizados pelo IGP-DI). Quanto à carne negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo, a média de agosto da carcaça casada do boi, de R$ 157,65/@ (ou de R$ 10,51/kg), caiu 0,3% em relação à do mês anterior, mas esteve 4,1% acima da de agosto do ano passado, em termos reais. Diante disso, a diferença média entre os preços das arrobas do boi gordo e da carcaça casada esteve em 3,24 reais, com vantagem para a carne no atacado. Vale lembrar que a carcaça casada vem sendo negociada acima da arroba do boi desde dezembro de 2016, com pequenas exceções em março de 2018 (quando a arroba do boi superou em 1,71 Real a da carne), em abril de 2018 (quando a diferença foi de apenas 4 centavos/arroba) e em agosto de 2018 (pequena diferença de 37 centavos/arroba).
EXPORTAÇÃO – As exportações brasileiras de carne bovina in natura somaram 126,5 mil toneladas em agosto, recuos de 2% em relação a julho e de 12,4% frente ao volume de agosto de 2018, segundo dados da Secex. Apesar dessa diminuição, os embarques seguem registrando bom desempenho, tendo em vista que se mantêm acima das 100 mil toneladas – este foi o 14º mês consecutivo que os embarques estiveram acima desse patamar, se igualando ao cenário visto entre maio de 2006 e junho de 2007. Quanto ao preço pago pela carne embarcada, atingiu, em agosto, US$ 4.178,06/tonelada, o maior desde julho do ano passado – é, também, a primeira vez neste ano que a carne é negociada acima de US$ 4.000/t. Essa alta nos preços externos foi motivada pelos embarques à China e pela menor oferta global da commodity. Em Reais, o preço pago por tonelada foi de R$ 16.795,80, o mais alto desde julho do ano passado. Assim, a receita em moeda nacional somou R$ 2,124 bilhões, alta de 9,2% em relação à de julho e a mais elevada desde setembro de 2018, ainda segundo a Secex. De janeiro a agosto, o volume embarcado soma 934,321 mil toneladas, 15,4% acima do registrado nos oito primeiros meses de 2018 e recorde para esse período. Quanto à receita, em Reais, totaliza R$ 13,97 bilhões, 13% a mais que a registrada de janeiro a agosto de 2018 e também um recorde para oito primeiros meses de um ano.