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Boi: Indicador Chegou à Casa dos R$ 270,00/@ em Outubro

Publicado 06.11.2020, 10:35
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Após operar em alta durante todo o mês, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (mercado paulista, à vista) chegou à casa dos R$ 270,00/@ no encerramento de outubro, atingindo novo recorde real diário da série histórica do Cepea, iniciada em 1994 (os valores diários foram deflacionados pelo IGP-DI de setembro/2020). No dia 30 de outubro, o Indicador fechou a R$ 278,40, bem acima do recorde real anterior, de R$ 269,87, que havia sido observado em 29 de novembro de 2019 (o valor nominal do boi naquela data foi de R$ 231,35). No acumulado de outubro, o Indicador avançou 8,45%. E o impulso aos valores da arroba seguiu vindo da baixa oferta de animais prontos para o abate e da demanda aquecida, principalmente para exportação. No caso da carne negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo, o preço médio à vista da carcaça casada do boi no encerramento de outubro foi de R$ 18,25/kg, apresentando aumento de 9,5% no acumulado de outubro, ou seja, mais intenso que o observado para o boi. Apesar disso, essa média diária ainda ficou abaixo do recorde observado em 28 de novembro de 2019 (quando o preço nominal foi de R$ 16,46 kg e o corrigido pela inflação sobe para R$ 19,20/kg).

REPOSIÇÃO – Os preços do bezerro e do boi magro renovaram em outubro os recordes reais das respectivas séries do Cepea. E esse cenário é resultado da restrição de oferta de animais desde o segundo semestre de 2019 e da demanda aquecida por reposição, devido aos valores recordes do boi gordo. E agentes do mercado consultados pelo Cepea acreditam que o movimento de avanço nos valores da reposição deve seguir firme, fundamentados no baixo volume de chuva nos últimos meses, que tende a atrasar a estação de “monta”. No caso da oferta, o maior abate de vacas e novilhas entre 2018 e 2019 – principalmente nos primeiros semestres desses anos – limitou a disponibilidade de animais para reposição. Em algumas regiões, agentes consultados pelo Cepea sinalizam dificuldades em encontrar novos lotes de bois magros. E essa baixa oferta acabou sendo reforçada neste segundo semestre, devido ao tempo seco na maior parte das praças produtoras do Brasil. Quanto à demanda, segue aquecida desde o segundo semestre do ano passado, quando a China passou a intensificar as compras de carne do Brasil. Esse contexto fez com que frigoríficos intensificassem as compras de novos lotes para abate, o que, consequentemente, aqueceu a demanda de pecuaristas recriadores e terminadores por animais de reposição. Em outubro, o bezerro (nelore, de 8 a 12 meses) negociado em Mato Grosso do Sul (representado pelo Indicador ESALQ/BM&FBovespa) registrou média de R$ 2.305,90/cabeça, sendo 44% superior à verificada em outubro de 2019, em termos reais (valores mensais foram deflacionados pelo IGP-DI de setembro/2020). O boi magro comercializado em MS teve média de R$ 3.137,64 em outubro, avanço de 40% em um ano.

EXPORTAÇÃO – Segundo dados da Secex, em outubro, as exportações de carne bovina in natura somaram 162,7 mil toneladas, 14,28% a mais que em setembro/20, mas 4,58% inferior à de outubro/19, quando, vale lembrar, os embarques foram recordes (estiveram acima de 170 mil toneladas). De janeiro a outubro, as vendas externas somam 1,414 milhão de toneladas, 15,17% acima do volume registrado no mesmo período de 2019 e um recorde para os 10 primeiros meses de um ano, ainda de acordo com a Secex. Quanto à receita, atingiu em outubro o segundo melhor desempenho deste ano, somando US$ 690,51 milhões, 18,41% superior ao de setembro/20, mas 9,47% abaixo do de outubro/19. Já em moeda nacional, o montante foi recorde, de expressivos R$ 3,887 bilhões, favorecido pelo dólar elevado. Essa receita em Reais em outubro superou em 23% a do mês anterior e em 36,4% a de outubro/19, ainda considerando os dados da Secex. No acumulado de janeiro a outubro de 2020, a receita totaliza US$ 6,091 bilhões e R$ 31,49 bilhões, sendo respectivos 24,16% e 65% acima do observado no mesmo período de 2019 e ambos recordes.

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