Após um primeiro semestre de muita volatilidade, os fundamentos que geraram a distorção em boa parte dos mercados de commodities agrícolas tem entrado no eixo.
É claro que no dia a dia estes fundamentos têm alterações e a percepção dos também variam de acordo com os acontecimentos, porém existe uma combinação de fatores que caminham no mesmo sentido.
O primeiro deles e o mais relevante para o Brasil é a retomada gradual dos empregos. Nesta última quinta-feira (26/ago) foram divulgados os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com geração de 316,58 mil empregos formais em julho, acima das estimativas da Bloomberg, era de 300 mil empregos. Foi um resultado forte.
O segundo ponto vem do lado da pandemia do Covid-19. Os dados do cientista de dados Maurício Garcia apontam que há uma trajetória nítida de queda de mortes e novos casos no Brasil. Até meados desta semana, da houve redução para 712 mortes diárias, um dos valores mais baixos de 2021, quando a média de novos casos tombou para 26 mil por dia. A vacinação tem sido eficaz e o avanço do programa é notório em todas as idades.
O terceiro e mais volátil dos fundamentos é o dólar. Note que desde mar/20 quando houve a eclosão da pandemia, as “pernadas” de alta eram maiores do que os movimentos de baixa. O que desde mar/21, a dinâmica tem sido oposta (gráfico acima).
Olhando mais de perto para o físico do boi gordo, depois de um longo período de “banho maria”, a indústria frigorífica também tem voltado a normalidade, tentando comprar matéria-prima por preços menores.
Aquelas ofertas de compra ao redor de R$315,00/@, à vista, perderam a frequência durante a última semana, para os R$310,00/@, nas mesmas condições e frequentes em São Paulo. Além disto, diante de escalas historicamente alongadas, ao redor de 6,0 dias em média, é possível que estas tentativas de compra por parte da indústria permanecem pelo menos nos próximos 10 dias.