Por Alcides Torres e Hyberville Neto
O mercado que vinha frouxo, parou de vez com o anúncio de suspeita de um caso de vaca louca.
Boi gordo: mercado em compasso de espera
O mercado do boi gordo tem trabalhado em compasso de espera, aguardando uma definição sobre a suspeita de um caso atípico de vaca louca (encefalopatia espongiforme bovina) em Minas Gerais.
Mesmo antes de uma eventual confirmação de BSE atípica (BSE, na sigla em inglês) é importante ter em mente que a BSE atípica já ocorreu algumas vezes no Brasil, sendo a última vez em meados de 2019.
A BSE atípica é uma doença que acomete aleatoriamente animais de idade avançada e não tem nada a ver com questões relacionadas à alimentação do gado ou sanidade da cadeia. Tanto é que o risco de BSE no Brasil era e continuou como insignificante após 2019, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Pelo acordo que temos com a China, o Brasil se compromete a suspender os embarques de carne bovina, caso haja confirmação de casos de BSE. Em 2019, houve essa suspensão e em cerca de duas semanas os embarques foram novamente liberados. O mercado do boi gordo cedeu 3,6% com o evento, mas os preços futuros abriram oportunidades interessantes para travar a compra de arrobas (travar reposição).
Obviamente, esta situação de incerteza afeta os ânimos, ainda mais quando o vendedor tem gado em confinamento, com data de abate muito menos maleável. Talvez essa seja a grande diferença do momento atual (caso isso se confirme), em relação ao observado em 2019, quando o cenário era de transição entre o final da safra e início da chegada de gado confinado.
Em resumo, o cenário é de espera, com muitos frigoríficos fora das compras.
Exportação
Com o encerramento de agosto, foram embarcadas 181,6 mil toneladas de carne bovina in natura, recorde mensal. O preço médio obtido foi de US$5,68 mil por tonelada. O recorde anterior ocorreu em outubro de 2019, com um volume de 170,5 mil toneladas (Secex).