Ainda que o setor pecuário nacional esteja bastante otimista com a retomada dos envios de carne bovina à China, os preços do boi gordo e da proteína registraram apenas pequenas oscilações ao longo da última semana – cenário que, inclusive, já vinha sendo verificado antes do anúncio da retomada das exportações ao destino asiático. No campo, segundo colaboradores do Cepea, muitos pecuaristas passaram a restringir a oferta de gado pronto para abate, favorecidos pela melhora dos pastos – devido às recentes chuvas – e à espera de reações nos preços do animal. Além disso, por questões fiscais, produtores geralmente se afastam do mercado spot nacional neste período, indicando voltar a negociar apenas no início do ano seguinte. Assim, no acumulado da parcial deste mês (entre 30 de novembro e 21 de dezembro), o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (estado de São Paulo, à vista) acumula pequena alta de 1,69%, fechando a R$ 327,75 nessa terça-feira, 21. Para a carne negociada no mercado atacadista, valorizações mais intensas têm sido limitadas pelos elevados preços da proteína no varejo e pela maior competitividade das concorrentes (carnes suína e de frango), especialmente diante do baixo poder de compra da maior parte da população.
SUÍNOS/CEPEA: FORTE QUEDA NO VALOR DO SUÍNO AUMENTA RELAÇÃO DE TROCA POR INSUMOS
As intensas quedas das cotações do suíno vivo na última semana (entre 14 e 21 de dezembro) reduziram o poder de compra de suinocultores paulistas e catarinenses frente aos principais insumos da atividade, milho e farelo de soja. Segundo colaboradores do Cepea, a pressão sobre os preços do animal vem da maior oferta de suínos e do enfraquecimento da procura por novos lotes para abate. Já no mercado de milho, segundo levantamento da Equipe Grãos/Cepea, apesar de os preços seguirem firmes na maior parte das regiões, devido à postura retraída de vendedores, boa parte dos compradores se mostra abastecida, o que acaba limitando as valorizações. Mesmo assim, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa do milho (Campinas – SP) subiu 0,98% nos últimos sete dias. Para o farelo de soja, ainda segundo a Equipe de Grãos/Cepea, a valorização do dólar frente ao Real elevou o interesse de compradores externos pela soja brasileira, aumentando a disputa entre os agentes dos mercados doméstico e internacional e, consequentemente, os preços internos.
ALGODÃO/CEPEA: MESMO COM LIQUIDEZ BAIXA, PREÇO SEGUE FIRME
A liquidez está enfraquecida no mercado doméstico de algodão em pluma. Agentes estão focados nos carregamentos dos contratos firmados anteriormente, diminuindo o interesse por novas negociações no spot – ressalta-se, inclusive, que até mesmo estes embarques já estão em menor ritmo. Segundo colaboradores do Cepea, a lentidão foi acentuada pelo recesso de fim de ano adotado por boa parte das empresas, assim como pela restrição logística para determinadas regiões. Produtores, por sua vez, estão retraídos e/ou firmes nos preços pedidos, visto que já venderam boa parte da safra 2020/21 e estão capitalizados – esses vendedores têm como suporte os elevados preços internacionais, a paridade de exportação e o dólar. Entre 14 e 21 de dezembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do algodão em pluma avançou 0,54%, e na parcial do mês, 2,3%, fechando a R$ 6,4047/lp nessa terça-feira, 21.