Depois de operarem no encerramento de abril nas máximas nominais da série do Cepea, os preços da carne bovina recuaram ao longo de maio no mercado atacadista da Grande São Paulo. No dia 31 de maio, a carcaça casada bovina foi negociada a R$ 19,80/kg, à vista, acumulando queda de 2,65% frente à média verificada no dia 30 de abril. Trata-se, inclusive, da primeira queda no acumulado de um mês neste ano. De acordo com pesquisadores do Cepea, a pressão vem da demanda interna bastante enfraquecida, tendo em vista o atual contexto econômico, o desemprego elevado e o consequente poder de compra fragilizado da maior parte da população brasileira. Além disso, os preços competitivos das principais carnes concorrentes, a suína e avícola, reforçam a menor procura pela proteína bovina. Agentes de frigoríficos consultados pelo Cepea indicam dificuldades em vender a carne nos atuais patamares. Assim, enquanto as unidades de abate habilitadas a exportar acabam tendo as vendas internacionais como “válvula de escape” – favorecidas especialmente pelo dólar elevado e pela demanda externa aquecida –, as que trabalham apenas com o mercado brasileiro relatam estar com as margens apertadas.
SUÍNOS: VALORES REAGEM EM MUITAS REGIÕES
Após recuos consecutivos na maior parte de maio, as cotações do suíno vivo negociado no mercado independente voltaram a se recuperar entre o final do último mês e o início de junho, mesmo com as vendas domésticas da carne ainda lentas. Enquanto o mercado operava com queda nos valores, suinocultores, pressionados pelo elevado custo de produção, acabaram elevando pontualmente a oferta de lotes de suínos vivo – inclusive de animais mais leves. Agora, o que se observa é menor disponibilidade de animais em peso ideal de abate, contexto que tem resultado em reação nos preços.
FRANGO: CARNE VOLTA A SE VALORIZAR NESTE INÍCIO DE JUNHO
A carne de frango voltou a se valorizar neste início de mês, especialmente nas praças do Sudeste. Segundo pesquisadores do Cepea, os recentes avanços tentam garantir melhores margens para o setor, que tem sido pressionado pelos elevados custos de produção. Além do alto preço do milho e do farelo de soja, agroindústrias, frigoríficos e avicultores passam a se preocupar com os gastos com eletricidade, uma vez que a crise hídrica levou o custo da energia para a bandeira vermelha-2, a mais alta. Quanto às exportações brasileiras de carne de frango in natura, atingiram em maio o maior volume desde julho de 2018. Além do incremento na quantidade, o aumento no preço médio do produto embarcado também favoreceu o resultado financeiro, compensando o recente enfraquecimento do dólar frente ao Real. De acordo com o relatório da Secex, em maio, 383,2 mil toneladas de carne de frango in natura foram exportadas, 5,6% acima do volume escoado em abril e 2,9% maior que o de maio de 2020.