O bom desempenho das exportações mantém aquecida a demanda doméstica por novos lotes de animais para abate. A oferta, no entanto, segue limitada. Nesse cenário, os preços da arroba apresentam movimento de alta em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Nessa quarta-feira, 6, o Indicador do boi gordo ESALQ/B3 (São Paulo) fechou a R$ 177,45, alta de 6% frente à quarta-feira anterior, 30 de outubro. Esse é o maior valor nominal da série histórica do Cepea, iniciada em 1994. Em termos reais, no entanto, trata-se do maior patamar desde abril de 2016, quando a média mensal do Indicador foi de R$ 182,00 (valores foram deflacionados pelo IGP-DI) – ressalta-se que o maior patamar real do Indicador, de R$ 190,84, foi registrado em abril de 2015. No mercado atacadista de carne da Grande São Paulo, os preços também estão em alta e se aproximam dos recordes reais da série. Agentes colaboradores do Cepea relatam que, além do volume expressivo de carne exportada, este período é caracterizado por maior procura doméstica, devido à proximidade das festividades de final de ano. Quanto aos embarques brasileiros de carne bovina in natura, somaram 160,09 mil toneladas em outubro, o maior volume já exportado pelo Brasil num único mês, segundo dados da Secex. Esse cenário e o dólar elevado resultaram em receita também recorde, de quase R$ 3 bilhões.
SUÍNOS: QUANTIDADE EXPORTADA É A 3ª MAIOR, E RECEITA COM EMBARQUES É RECORDE
As exportações brasileiras de carne suína aumentaram expressivamente em outubro, atingindo o terceiro maior volume da série história da Secex, iniciada em 1997. A receita em Real, por sua vez, foi recorde. De acordo com a Secretaria, foram embarcadas 67,3 mil toneladas de produtos suínos, gerando receita de R$ 607,63 milhões. O volume embarcado em outubro foi 17,8% maior que o de setembro e esteve 8,6% acima do de outubro/18. Para o faturamento em moeda nacional, os incrementos foram de 19,4% e de 51%, respectivamente (Secex). O recorde na receita esteve atrelado ao preço pago pela tonelada em dólar e também pelo elevado patamar do câmbio. Em outubro, as exportações totais suínas tiveram preço médio de US$ 2,21/kg, o maior de 2019 e 28% acima da média de outubro/18. Já o dólar teve média de R$ 4,08 no mês, leve queda de 0,9% frente a setembro, mas ainda um dos maiores patamares deste ano e 8,6% acima do observado em outubro/18.
MELÃO: VOLUME EMBARCADO EM OUTUBRO DOBRA FRENTE AO DE SETEMBRO
Os embarques brasileiros de melão aumentaram significativamente em outubro. De acordo com colaboradores do Hortifrúti/Cepea, a demanda europeia pela fruta esteve firme, principalmente no início do mês, recuando na segunda metade do período. Mesmo assim, os resultados finais foram animadores. Conforme dados da Secex, o volume exportado em outubro somou 43 mil toneladas, duas vezes superior ao de setembro e o maior observado para o mês desde 2015. A receita também quase dobrou, chegando a US$ 28 milhões. Na parcial da safra 2019/20 (agosto a outubro), os embarques de melão cresceram 17% (69 mil toneladas), e a receita, 9% (US$ 45 milhões) frente à temporada passada. Segundo pesquisadores do Hortifrúti/Cepea, a atual campanha do melão brasileiro registra maior diversificação de destinos – contando com, além dos tradicionais países da Europa, nações da Ásia e do Oriente Médio. Tal diversificação, se bem trabalhada nos próximos anos, pode reduzir a dependência do mercado europeu.