Após registrarem em junho o pior desempenho desde janeiro de 2011, as exportações brasileiras de carne bovina in natura parecem caminhar para uma recuperação em julho. Isso porque, até a segunda semana do mês, os embarques eram intensos, somando 73,2 mil toneladas (contra 54.4 mil toneladas em junho), de acordo com dados da Secex. Se o ritmo atual, de 7,3 mil toneladas por dia, se mantiver até o final do mês, as exportações brasileiras da proteína podem ultrapassar as 150 mil toneladas, um recorde. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário pode estar atrelado à greve dos caminhoneiros no final de maio, que impediu que muitos caminhões chegassem aos portos. Dessa forma, as cargas que ficaram travadas em frigoríficos podem estar sendo escoadas neste mês. Conforme colaboradores do Cepea, esse contexto trouxe certo ânimo aos agentes do setor, que relatam fraca demanda pela carne no mercado doméstico.
SUÍNOS: DIFERENÇA ENTRE PREÇO DO SUÍNO VIVO E DO FRANGO É A MENOR EM 11 ANOS
O suíno vivo e o frango seguem se desvalorizando no mercado brasileiro. No entanto, na parcial de julho, o preço do suíno tem registrado baixas mais expressivas na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea, especialmente no estado de São Paulo, devido à maior oferta frente à demanda. Assim, a diferença entre as cotações do suíno vivo e do frango chegou ao menor patamar nominal em 11 anos. Além disso, o fraco desempenho das exportações em junho, que recuaram 27% frente a maio (segundo a Secex), reforçou o movimento de queda dos preços nas regiões acompanhadas pelo Cepea. Na média parcial de julho (até o dia 18), o suíno vivo (estado de São Paulo) se desvalorizou 7,7% frente ao mês anterior, a R$ 3,13/kg, enquanto o preço do frango permaneceu estável, a R$ 2,92/kg. Dessa forma, em julho, o quilo de suíno está apenas 21 centavos mais caro que o de frango, sendo que, no mês passado, essa diferença era de 45 centavos. Em julho de 2007, o quilo de suíno vivo (estado de SP) valia R$ 1,76, enquanto o de frango valia R$ 1,63, diferença nominal de apenas 13 centavos.
CENOURA: APÓS QUEDA NO INÍCIO DE JULHO, PREÇO MAIS QUE DOBRA EM MG
Depois de iniciarem julho em baixos patamares, os preços da cenoura registraram expressiva alta de 164% na segunda semana do mês na região mineira de São Gotardo – entre 9 e 13 de julho, a média da caixa de 29 kg da cenoura “suja” foi de R$ 13,75. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, a valorização está atrelada ao fim da safra de verão, que reduziu a oferta do produto no mercado. Além disso, o pagamento dos salários também contribuiu para elevar as vendas. Em junho, a média de produção foi de 78 t/ha, 12,5% maior que a do mês de maio, o que elevou a disponibilidade de raízes a partir da segunda semana do mês, pressionando os valores no início de julho.