As exportações brasileiras de carne bovina in natura iniciaram 2022 em ritmo aquecido. Segundo dados da Secex, o volume de carne bovina escoado pelo Brasil ficou acima de 140 mil toneladas, um recorde para o mês e com avanços de 10,7% sobre a quantidade de dezembro/21 e de 31% sobre a de janeiro/21. Quanto aos preços da arroba no mercado interno (Indicador CEPEA/B3, mercado paulista), a média de janeiro atingiu R$ 338,46, um recorde, em termos reais, considerando-se a série completa de médias mensais deflacionadas (IGP-DI), aumentos de 5,5% na comparação mensal e de 2,36% na anual.
SUÍNOS: JANEIRO É MARCADO POR FRACAS VENDAS EXTERNAS E INTERNAS
As vendas externas e internas de carne suína registraram baixo ritmo ao longo de janeiro. Segundo pesquisadores do Cepea, no front externo, portos de importantes parceiros comerciais, como a Rússia, congelam por conta do inverno, limitando a entrada de cargas. No caso da China, o país costuma adquirir maiores volumes no encerramento do ano em detrimento de janeiro, visando ter maior estoques para a comemoração do Ano Novo Chinês. No mercado brasileiro, as vendas fracas estiveram atreladas especialmente ao menor poder de compra da população, contexto que pressionou as cotações do animal vivo e da carne ao longo do mês. Além disso, a oferta elevada reforçou o movimento de baixa nos preços internos.
ARROZ: COM DEMANDA FIRME, MÉDIA MENSAL SOBE APÓS 4 MESES DE QUEDA
O preço médio do arroz em casca registrou alta em janeiro, interrompendo um período de quatro meses consecutivos de queda. A média mensal do Indicador do arroz em casca ESALQ/SENAR-RS (58% grãos inteiros, com pagamento à vista) fechou a R$ 62,80/saca de 50 kg, 0,53% acima de dezembro. Nessa terça-feira, 1º, o Indicador ultrapassou a casa dos R$ 66,00/sc, fechando a R$ 66,02/sc, significativa alta de 4% frente à terça anterior, 25 de janeiro. Segundo colaboradores do Cepea, além do aumento das demandas doméstica e para exportação, esse cenário também está atrelado à baixa oferta no Rio Grande do Sul. Apesar da previsão de crescimento de 1,9% na disponibilidade nacional do casca nesta temporada – devido ao maior estoque inicial –, a produção e a produtividade brasileiras podem diminuir, refletindo, principalmente, o clima desfavorável nos principais estados produtores (RS e SC) em janeiro. Com a colheita da safra 2021/22 prevista para se iniciar neste mês, é possível que novos ajustes negativos nas estimativas sejam realizados ainda em fevereiro. Vale ressaltar que, na média entre as safras 2017/18 e 2021/22, o RS foi responsável por 70,5% da oferta nacional de arroz, e SC, por 10,5%.