O mês de setembro caminha para a reta final e os preços do boi gordo seguem firmes, mantendo o movimento de alta iniciado em julho. No acumulado parcial deste mês (até o dia 26), o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa registra elevação de 3,1%, fechando a R$ 151,40 nessa quarta-feira, 26. Segundo pesquisadores do Cepea, a sustentação vem da menor oferta de animais prontos para o abate nesta entressafra e também do forte ritmo das exportações brasileiras de carne bovina in natura. A média parcial do Indicador do boi em setembro (até o dia 26) é de R$ 149,41, sendo 3,18% superior à de agosto/18 (R$ 144,80), 4,1% acima da média de setembro/17 (R$ 143,47) e a maior desde novembro de 2016, em termos nominais. A valorização do boi gordo vem se refletindo no mercado de carnes. No acumulado parcial de setembro, o preço da carcaça casada de boi registra alta de 4,7%, fechando a R$ 10,24 no dia 26.
SUÍNOS: MENOR OFERTA SUSTENTA PREÇO DO VIVO; VALOR DA CARNE EXPORTADA É O MAIOR EM 11 MESES
As negociações de suíno vivo, bem como os preços do animal, seguiram estáveis na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea nos últimos dias. Segundo agentes do setor, a oferta de suínos está mais restrita no mercado doméstico, o que contribui para sustentar as cotações mesmo no final de mês, quando as vendas costumam recuar e acabam pressionando os valores. Na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), o suíno posto no frigorífico teve média de R$ 3,77/kg nessa quarta-feira, 26, leve alta de 0,8% em sete dias. Quanto à carne, as exportações da proteína estão firmes neste mês. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário pode estar atrelado aos surtos de peste suína africana registrados na China, o maior país consumidor do produto no mundo. Assim, mesmo com o dólar em patamar elevado, a proteína brasileira in natura vem sendo embarcada ao preço médio de US$ 2,43/kg em setembro, o maior desde outubro de 2017 (quando foi de US$ 2,45/kg). Assim, com o câmbio de R$ 4,13/US$ neste mês, o exportador brasileiro tem recebido, em média, R$ 10,05/kg pela carne, a mais alta desde outubro de 2014 (quando atingiu R$ 10,28/kg).
CENOURA: ATRASO NA SAFRA DE INVERNO ELEVA OFERTA EM MG
A oferta de cenouras está aumentando na região de São Gotardo, no Cerrado Mineiro, cenário que ainda pode pressionar as cotações da raiz até o fim deste mês. A maior disponibilidade do produto é reflexo do atraso na intensificação da safra de inverno, que deveria ter acontecido em agosto. Em meados do mês passado, muitos produtores ainda não tinham iniciado a temporada, já que ainda havia variedades de verão 2017/18 para serem comercializadas. Além disso, as cenouras da safra do segundo semestre têm ciclo de desenvolvimento mais longo, devido ao clima frio, o que geralmente atrasa a colheita. Esse contexto impulsionou as cotações em agosto: a caixa com 29 kg da cenoura "suja" teve preço médio de R$ 17,53 na praça mineira, valor 82% acima da média de julho. O rendimento da cultura também foi elevado no período, devido ao clima favorável e à boa qualidade das sementes utilizadas – no mês passado, a produtividade em São Gotardo foi de 101 t/ha, 20% superior à de julho. Quanto ao clima, caso o volume de chuvas permaneça abaixo do esperado em setembro, o início do plantio da safra de verão 2018/19 pode ser prejudicado.