Os elevados preços do boi gordo no mercado brasileiro vêm sendo repassados aos valores da carne exportada. Entre julho/20 e julho/21, a média mensal do boi gordo (Indicador CEPEA/B3) subiu 44%, em termos nominais (ou seja, sem considerar os efeitos da inflação). Para a carne exportada, dados da Secex mostram que, no mesmo período, houve valorização de 33%, com a média atingindo recorde em julho, de US$ 5.427,72/tonelada. No caso específico da China, o valor médio foi de US$ 5,77/kg em julho/21, aumento de 33,6% em um ano. Segundo pesquisadores do Cepea, esse incremento nos valores da carne exportada vem sendo observado mesmo com o dólar em elevado patamar (acima dos R$ 5). De janeiro a julho de 2021, a China foi destino de 490,17 mil toneladas da carne bovina brasileira (correspondendo a 46% de todo o volume embarcado pelo Brasil no período), quantidade 8,5% superior à do mesmo período do ano passado, quando somava o até então recorde de 451,77 mil toneladas.
SUÍNOS: VIVO SE VALORIZA, MAS PREÇOS DA CARNE RECUAM
Os preços do suíno vivo no mercado independente estão em alta nestas primeiras semanas de agosto, ao passo que os da carne no atacado da Grande São Paulo vêm recuando. Segundo pesquisadores do Cepea, no caso do animal vivo, as cotações estão sustentadas pela maior demanda de frigoríficos exportadores, tendo em vista que os embarques da proteína suína in natura estão intensos neste começo de mês. Além disso, os altos custos de produção (especialmente os relacionados à alimentação) fazem com que produtores reajustem positivamente os valores de venda de novos lotes de suíno pronto para abate. Já quanto à carne, as cotações são pressionadas pela fraca demanda brasileira, devido, principalmente, ao baixo poder de compra da população. Verifica-se, inclusive, que alguns agentes atacadistas reajustam negativamente as cotações de venda da carne, na tentativa de manter a liquidez e evitar elevações nos estoques.