O boi magro e o milho negociados no estado de São Paulo registram atualmente os maiores patamares nominais das séries do Cepea. Esses dois itens são justamente os que mais pesam sobre o custo de produção do confinador. De acordo com levantamento do Cepea, em SP, o boi magro tem sido negociado entre R$ 2.800,00 e R$ 2.950,00. Segundo pesquisadores do Cepea, esses preços maiores estão atrelados à oferta restrita de bezerros ao longo do último semestre e às valorizações do boi gordo, que estimulam pecuaristas a planejar e terminar seus animais no sistema de confinamento. Outro fator importante que influencia na decisão de confinar é o preço da alimentação, principalmente do milho – nesta semana, o cereal tem sido negociado entre R$ 57,00 e R$ 58,00/saca de 60 kg na região de Campinas (SP). Nesse cenário, os pecuaristas que realizam confinamento precisam estar atentos à sazonalidade de preços do boi magro, bem como a possíveis intensificações das exportações de milho – especialmente diante do dólar elevado –, que podem limitar a disponibilidade doméstica e elevar os preços do cereal. Assim, o ano de 2020 se mostra bastante desafiador para confinadores, visto que a pandemia de coronavírus tende a prejudicar os comércios doméstico e internacional, além de dificultar as projeções para o período.
SUÍNOS: ALTA NOS PREÇOS DOS INSUMOS REDUZ PODER DE COMPRA EM SP; EM SC, RELAÇÃO É ESTÁVEL
Apesar da valorização do suíno vivo no mercado paulista na parcial deste mês, os preços dos principais insumos consumidos na atividade, milho e farelo de soja, subiram com mais intensidade, o que acabou reduzindo o poder de compra do suinocultor de São Paulo frente a esses produtos. Já no Oeste de Santa Catarina, os valores do suíno sobem com um pouco mais de força, o que tem sustentado o poder de compra, mesmo com a valorização dos insumos da ração. Segundo colaboradores do Cepea, a valorização do suíno em ambos os estados está atrelada à oferta restrita de animais pesados e ao elevado preço dos insumos, que impulsionam as cotações do vivo. Quanto ao milho e ao farelo de soja, a demanda aquecida continua superando a oferta desses produtos, principalmente nas regiões paulistas – em SP, inclusive, os preços do milho têm atingido os maiores patamares nominais da série do Cepea.