Os preços da carne bovina estão em queda no mercado atacadista. Além da pressão vinda do típico enfraquecimento da demanda doméstica em início de ano – tendo em vista as despesas extras deste mês –, os valores estão se ajustando após a intensa alta verificada no encerramento de 2019. Nesta parcial de janeiro (até o dia 22), a carcaça casada negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo registra média de R$ 13,58/kg (ou de R$ 203,70 por arroba), queda de 8,3% em relação à de dezembro/19. As cotações do boi gordo também estão em queda. Ainda que a oferta de animais para abate siga baixa, frigoríficos têm reduzido o ritmo de compras de novos lotes, por conta da menor saída de carne nos mercados atacadistas, devido ao elevado patamar do preço da proteína e também ao período do ano. A média deste mês do Indicador do boi gordo CEPEA/B3 está em R$ 194,69, 8,1% inferior à de dezembro. Diante disso, a diferença entre os preços da carne e da arroba passou a ser de 9,01 Reais/@, com vantagem para a carne. Em dezembro, a diferença foi de 10,18 Reais/@, sendo a maior vantagem da carne frente à arroba desde junho de 2018, quando chegou a 12,54 Reais/@. Em janeiro do ano passado, a diferença estava em 5,35 Reais/@. As comparações foram realizadas com base nas médias mensais, em termos reais (foram deflacionadas pelo IGP-DI).
SUÍNOS: RELAÇÃO DE TROCA POR INSUMOS AUMENTA
O poder de compra dos suinocultores do interior do estado de São Paulo diminuiu frente aos principais insumos utilizados na atividade: milho e farelo de soja. Segundo colaboradores do Cepea, esse cenário está atrelado ao aumento dos preços desses insumos e à desvalorização do suíno vivo. Já no interior de Santa Catarina, o poder de compra do suinocultor diminuiu apenas frente ao milho, mas aumentou frente ao farelo de soja. O preço do suíno iniciou janeiro em patamar elevado, mas a combinação do período de férias escolares com o aumento dos gastos da população reduziu a liquidez e pressionou as cotações. Quanto aos insumos, conforme levantamento da Equipe Grãos/Cepea, mesmo com o início da colheita no Sul, a disponibilidade interna de milho segue restrita, ao mesmo tempo em que a demanda doméstica pelo cereal se mantém firme. Para o farelo de soja, as movimentações estão distintas dentre as regiões acompanhadas.
CENOURA: PREÇO TEM EXPRESSIVA ALTA NESTE INÍCIO DE ANO
Com a colheita da safra de verão consolidada, o ano de 2020 começa com expressiva alta dos preços da cenoura em todo o Brasil. Em São Gotardo (MG) e em Cristalina (GO), os valores subiram 212% na primeira quinzena de janeiro em relação à média de dezembro/19 (de R$ 8,00/caixa de 29 kg de "suja", cotação que se manteve praticamente estável desde outubro). A alta nos preços é reflexo da redução da oferta de cenouras em todo o País, consequência do clima quente e chuvoso nas principais regiões produtoras. Segundo colaboradores do Hortifrúti/Cepea, os principais problemas que vêm resultando em descartes são mela e pintas. Assim, a qualidade e a produtividade (na faixa de 65 t/ha na parcial de janeiro) das raízes estão insatisfatórias, o que dificulta atender à demanda por cenoura de qualidade.