Neste início de março, frigoríficos seguem cautelosos para novas aquisições de animais, tentando evitar abrir preços maiores aos pecuaristas. Segundo colaboradores do Cepea, esse posicionamento reflete a dificuldade em vender a carne nos atuais patamares de preços. No entanto, a oferta limitada de animais para abate tem diminuído a força da pressão compradora. De 24 de fevereiro a 3 de março, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (estado de São Paulo, à vista) permaneceu praticamente estável (-0,45%), fechando a R$ 298,15 nessa quarta-feira, 3. Quanto às vendas ao mercado internacional, o menor número de dias úteis em fevereiro e o ano novo chinês reduziram os embarques da carne bovina brasileira para o patamar registrado em janeiro/19. Mesmo assim, as exportações seguem acima das 100 mil toneladas mensais desde o começo de 2018, mostrando que o mercado externo continua importante para o Brasil. Em fevereiro, o Brasil exportou 102,12 mil toneladas do produto in natura, baixas de 4,85% em relação a janeiro/21 e de 7,64% em comparação a fevereiro do ano passado (dados da Secex).
SUÍNOS: LIQUIDEZ DO VIVO DIMINUI NO BR, MAS EXPORTAÇÕES DA CARNE AUMENTAM
A liquidez diminuiu no mercado de suíno vivo entre o fim de fevereiro e o início de março. Colaboradores do Cepea relatam que a dificuldade em escoar a carne no mercado interno, devido aos recentes altos preços, tem travado as negociações, pressionando os valores do animal. Assim, as cotações do vivo recuaram nos últimos dias na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Por outro lado, as vendas da proteína suína brasileira ao exterior aumentaram em fevereiro, depois de recuarem em novembro e dezembro de 2020 e em janeiro deste ano – a média diária de embarques no mês passado foi a mais elevada dos últimos seis meses. Conforme dados da Secex, em fevereiro, o Brasil exportou 4 mil toneladas/dia, 40,4% acima da média registrada em janeiro. Essa recuperação já era esperada pelo setor, que teve resultado abaixo da expectativa em janeiro, por conta da retração pontual dos envios à China. Apesar do bom ritmo dos embarques, o menor número de dias úteis em fevereiro limitou o aumento no total exportado pelo Brasil.
MAÇÃ: COM ELEVAÇÃO DA OFERTA, PREÇO DA FUJI RECUA EM FEVEREIRO
A oferta de maçãs fuji esteva limitada nas classificadoras do Sul do Brasil no início de fevereiro, garantindo à variedade preços mais elevados frente aos da gala. No entanto, agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea relataram que alguns lotes antecipados chegaram ao mercado durante o mês, visto que parte dos produtores tentava aproveitar os bons preços. Nesse cenário, a oferta de fuji aumentou, pressionando as cotações no encerramento do mês. Na Ceagesp, o preço médio da variedade na primeira semana de fevereiro foi de R$ 140,00/cx de 18 kg (para o calibre 110 Cat 1), contra R$ 105,00/cx na última semana do mês, recuo de 25% entre um período e outro. Para este mês, a expectativa é de que os preços sigam recuando, visto que a colheita costuma aumentar em meados de março.