A comercialização de animais para abate tem sido retomada aos poucos, conforme a necessidade de compra da indústria, segundo colaboradores do Cepea. Os embarques programados inicialmente para o final de maio estão ocorrendo neste início de junho, exercendo alguma pressão sobre as cotações da arroba. De 30 de maio a 6 de junho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa do boi gordo caiu 3,3%, a R$ 137,35 nessa quarta-feira, 6. Depois de registrarem em abril o pior desempenho mensal desde abril de 2012, os embarques brasileiros de carne bovina in natura voltaram a se recuperar em maio. No mês, foram embarcadas 90,5 mil toneladas do produto, volume 29,2% superior ao de abril/18 e 0,11% acima do de maio/17, segundo dados da Secex. Essa reação foi observada mesmo com a paralisação dos caminhoneiros na segunda quinzena, que impediu o escoamento da proteína aos portos.
SUÍNOS: COTAÇÕES SOBEM NO MERCADO INTERNO, MAS EMBARQUES SEGUEM BAIXOS
Com o fim da paralisação dos caminhoneiros, as entregas de suíno vivo e ração têm voltado ao normal. Segundo colaboradores do Cepea, frigoríficos demonstram maior necessidade por novos lotes de animais para abate neste início de mês, devido ao desabastecimento de varejistas e distribuidoras nas últimas semanas e à demanda mais aquecida no atacado. Muitas processadoras, inclusive, operam perto da capacidade máxima de abate e pagam preços maiores por novos lotes. Nesse cenário, os preços do suíno vivo e da carne estão em alta no mercado interno. Já quanto às exportações, ainda que tenham aumentado de abril para maio, se mantêm em volumes aquém do esperado pelo setor.
BANANA: EXPORTAÇÕES DE BANANA PARA A ARGENTINA DIMINUEM
As exportações de banana para a Argentina, um dos principais importadores da fruta brasileira, diminuiu nos últimos anos, influenciando negativamente os resultados dos embarques domésticos. Conforme dados da Secex, os envios brasileiros para o país vizinho recuaram 51% na última década. Segundo pesquisadores do Hortifruti/Cepea, esse cenário pode estar atrelado ao aumento das exportações da banana paraguaia ao mercado sul-americano – o governo do país vem investindo na bananicultura, com o objetivo de exportar frutas com qualidade, fato que elevou a demanda de outros países do continente pelo produto, animando alguns produtores paraguaios quanto aos investimentos em área. Assim, considerando as exportações de banana para a Argentina, o Paraguai tem sido um grande concorrente do Equador, o principal fornecedor da fruta ao país.