Operadores do mercado pecuário têm relatado um número crescente de efetivações de animais mais jovens. A preferência de frigoríficos pela compra de novilhos machos e fêmeas pode ser explicada pela atuação de empresas em mercados que demandam maior qualidade – inclusive associada à idade dos animais – e que pagam valores superiores por essa carne, como o chinês. Segundo colaboradores do Cepea, a produção de animais que atingem os requisitos de abate precocemente também tem sido estimulada – a possibilidade de se obter melhores remunerações é determinante para a decisão de investir na produção de animais com ciclos de produção menores que o habitual. Dados da pesquisa trimestral de abate do IBGE, divulgados no último dia 14, apontam aumento mais significativo do número de animais jovens abatidos no Brasil neste ano. Na comparação com o primeiro trimestre de 2017, o de 2018 registrou número 4,4% superior no abate total de bovinos, que passou de 7,4 milhões para 7,7 milhões de animais.
SUÍNOS: OFERTA REDUZIDA SUSTENTA PREÇO DO VIVO; VALOR DA CARNE RECUA
A baixa oferta de suíno vivo em peso de abate tem sustentado as cotações dos animais. Já quanto à carne, o desaquecimento das vendas no mercado atacadista, típico em segunda quinzena de mês, já tem resultado em queda nos preços. De 13 a 20 de junho, o preço do animal vivo negociado na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba) permaneceu estável, fechando a R$ 3,64/kg nessa quarta-feira, 20. Já no atacado, também de 13 a 20 de junho, os preços da carcaça especial na Grande São Paulo recuaram 2,5%, a R$ 5,54/kg na quarta. A carcaça comum se desvalorizou 3,4% no período, negociada a R$ 5,93/kg.
MANGA: DÓLAR ELEVADO PODE FAVORECER EXPORTAÇÕES
Após início turbulento em 2018, as exportações brasileiras de manga podem se recuperar nos próximos meses, tanto em termos de volume quanto de receita. Esse cenário está atrelado aos elevados patamares do dólar e do euro frente ao Real, que podem resultar em bons preços pago pela fruta no mercado externo. No entanto, alguns produtores acreditam que a valorização da moeda norte-americana pode elevar os gastos com insumos, já que a maioria dos produtos utilizados é importada – esse fator anularia a alta prevista para a receita do produtor. Para os agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea, a previsão para os próximos meses ainda é incerta, já que a cotação do dólar está diretamente ligada ao cenário político no Brasil. Na parcial de 2018 (janeiro a maio), o País embarcou 39,024 mil toneladas de manga, volume 2,4% maior que o do mesmo período do ano passado.