A China, maior destino externo da carne bovina brasileira, vem pressionando os valores pagos pela carne. De acordo com dados da Secex, em janeiro, a proteína nacional foi embarcada ao país asiático ao preço médio de US$ 6,25 por quilo, subindo de forma consecutiva até junho, quando atingiu o recorde da série histórica, de US$ 7,33/kg. Desde então, os valores passaram a cair mês a mês, chegando a US$ 6,14/kg em outubro, ou seja, o menor deste ano. Segundo pesquisadores do Cepea, as recentes quedas nos preços pagos pela China pela carne brasileira vêm resultando em pressão sobre os valores de negociação da arroba bovina no Brasil. Dados do Cepea mostram que, na parcial deste mês (até 8 de novembro), a média do Indicador é de R$ 286,03, quedas de 3,4% frente à de outubro/22 e de expressivos 10,9% no acumulado de 2022, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI). A pressão sobre os valores internos da arroba também se deve ao crescimento na oferta de animais para abate, que vem resultando em alongamento das escalas.
SUÍNOS: EXPORTAÇÕES REGISTRAM QUEDA EM OUTUBRO; MERCADO INTERNO ESTÁ LENTO
Os embarques brasileiros de carne suína (considerando-se produtos in natura e industrializados) recuaram em outubro. A Secex aponta que as exportações somaram 97,2 mil toneladas da proteína no mês, baixas de 4,1% frente a setembro e de 0,5% em relação a outubro de 2021. A receita obtida com as vendas externas também recuou entre setembro e outubro. Segundo a Secex, o montante foi de R$ 1,23 bilhão no mês passado, queda de 2,5% em relação a setembro, mas aumento de 3% no comparativo anual. Quanto ao mercado interno, agentes consultados pelo Cepea indicam que, devido às paralisações no início de novembro e ao feriado de Finados, o ritmo de negócios esteve lento, justamente em um período de tradicional incremento na demanda, por conta do maior poder de compra da maior parte da população.