Os preços da carne bovina continuam firmes no mercado atacadista da Grande São Paulo, ao contrário do verificado para as principais proteínas substitutas (suína e de frango), que se desvalorizam com certa força neste mês. Segundo pesquisadores do Cepea, no geral, a sustentação para a carne bovina vem da baixa oferta de animais prontos para o abate e também do bom ritmo das exportações brasileiras dessa proteína. Já no mercado de suínos, a oferta de animais se sobrepõe à demanda. Quanto ao frango, a disponibilidade doméstica também está superior à demanda, mas muitos avicultores já começam a relatar diminuição no alojamento. De acordo com levantamento do Cepea, neste mês de abril, enquanto a carcaça casada do boi registra apenas ligeira desvalorização de 1%, os valores da carcaça suína recuaram mais de 20% e os do frango resfriado, 15%.
SUÍNOS: COTAÇÕES DO VIVO E DA CARNE SEGUEM EM QUEDA NO MERCADO INTERNO
Os preços do suíno vivo e da carne continuam em queda no mercado interno, segundo pesquisas do Cepea, voltando aos patamares observados em fevereiro de 2019, em termos nominais. Enquanto o mercado de carne apresenta baixa liquidez – diante de restaurantes e outros serviços de alimentação fechados e/ou trabalhando de forma parcial –, a indústria acumula estoques e a demanda por novos lotes de animais para abate está cada vez menor. Com isso, tem crescido o volume de suínos que ficam nas granjas, reforçando a pressão sobre os valores negociados. No mercado da carne suína, pesquisas do Cepea apontam que além das inseguranças por conta da pandemia de coronavírus, a demanda pela proteína também é limitada pelo período de segunda quinzena, em que tradicionalmente parte da população diminui suas compras.
CAFÉ: PREÇOS DO ARÁBICA AVANÇAM DURANTE A SAFRA 2019/20
As cotações domésticas do café arábica têm avançado durante a safra 2019/20. Na parcial da temporada (de julh/19 a abril/20), o Indicador CEPEA/ESALQ do café arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, registra média de R$ 497,47/saca de 60 kg, elevação de 9,8% (ou de 43,94 Reais/saca) em relação à do mesmo período da safra 2018/19, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de março/20). Vale lembrar que, em 2018/19, os preços da variedade tiveram forte baixa, influenciados pela produção recorde. Já nesta temporada 2019/20, que é de bienalidade negativa, os valores se recuperaram, tendo como suporte à restrição de oferta (especialmente dos cafés finos) e a eventual redução dos estoques de passagem. Mais recentemente, fatores resultantes da pandemia de coronavírus também reforçaram o movimento de alta dos preços internos do arábica em março e abril. Quanto ao robusta, ao contrário do café arábica, os preços estão menores em 2019/20. Na parcial da safra (de julho/19 a abril/20), o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6 peneira 13 apresenta média de R$ 330,47/saca de 60 kg, 9% inferior ao do mesmo período de 2018/19. Após os preços recordes de 2016/17, o robusta vem se desvalorizando nas últimas safras, devido à recuperação da produção brasileira a partir de 2017/18, ao volume recorde em 2019/20 e ao bom desempenho do Vietnã (maior produtor mundial da variedade) nesta mesma temporada.
ARROZ: PREÇO DO CASCA SE MANTÉM FIRME
Pesquisas do Cepea apontam que os preços do arroz em casca seguiram em alta no Rio Grande do Sul. A demanda segue firme em parte do mercado interno, assim como o interesse pela exportação e produtores focados na finalização da colheita, sem urgência de vendas no curto prazo. De acordo com colaboradores do Cepea, indústrias do Sudeste e Centro-Oeste ainda mantêm um volume elevado de compras, por causa da necessidade de repor estoques e de atender aos pedidos dos grandes centros consumidores. No entanto, algumas empresas já sinalizam desaceleração nas aquisições do beneficiado por parte dos consumidores finais. A firme demanda no mercado beneficiado também foi determinante para que indústrias se mantivessem ativas na obtenção do arroz em casca. Do lado vendedor, orizicultores do Rio Grande do Sul consultados pelo Cepea permaneceram firmes nos valores pedidos pelo arroz em casca, fundamentados nos valores de exportação e na preferência em comercializar outras commodities em detrimento do arroz, como a soja, por exemplo. De 15 a 22 de abril, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros (média ponderada), subiu 0,8%, fechando a R$ 55,53/sc de 50 kg na quarta-feira, 22.