A diferença entre os preços do boi gordo e da carcaça casada bovina está em 9,01 Reais/@ neste mês de junho (até o dia 22) – com vantagem do animal –, um pouco abaixo da observada em maio, de 11,67 Reais/@. Trata-se, também, da segunda menor diferença deste ano, atrás apenas da registrada em janeiro/21, que foi de 5,27 Reais/@. Segundo pesquisadores do Cepea, a atual diminuição na diferença entre os valores se deve à valorização mais intensa da carne bovina frente à registrada para o boi gordo para abate. E esse cenário é verificado mesmo com o consumo interno por carne bovina enfraquecido – e sem sinais de reação, devido ao baixo poder de compra da maior parte da população brasileira e aos altos patamares de comercialização da proteína. Neste caso, além da recente desaceleração das vendas de carne bovina à China, a valorização do Real frente ao dólar pode estar limitando as exportações brasileiras da proteína, o que, consequentemente, dificulta avanços mais intensos nos preços internos da commodity.
SUÍNOS: QUEDA NOS PREÇOS DOS GRÃOS ALIVIA SITUAÇÃO DE SUINOCULTOR
O suinocultor, enfim, começa a sentir certo alívio. Isso porque, neste mês de junho, enquanto os preços do suíno vivo registram forte aumento, os valores dos principais insumos da alimentação, o milho e o farelo de soja, estão em queda. Assim, pesquisadores do Cepea indicam que esse contexto diminui a pressão desse custo sobre as margens da atividade. Levantamento do Cepea mostra que, no mercado independente de suínos, o incremento na demanda e a oferta controlada de animais vêm impulsionando os preços neste mês. Na região SP-5, o animal registra média de R$ 8,02/kg na parcial de junho (até o dia 22), altas de 19,8% no comparativo mensal e de 69,8% no anual, em termos nominais.
TOMATE: COM O AUMENTO DA OFERTA, MÉDIA MENSAL RECUA E É INFERIOR AOS CUSTOS
Com o atraso na maturação dos tomates em maio e a concentração da oferta entre o fim do mês e o início de junho, quando as temperaturas aumentaram, o preço do tomate pago ao produtor neste mês (até o dia 21) está 26% inferior ao de maio e 9% abaixo das estimativas de custo de produção, com média de R$ 27,30/caixa (ponderada pela classificação). Além disso, segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, mais praças passaram a colher tomates no período, o que ajudou a pressionar os valores na primeira quinzena. Já nesta segunda metade de junho, passado o pico de maturação e com a nova queda das temperaturas, o cenário pode mudar. Isso porque as atividades já foram encerradas nas lavouras que estavam com o ciclo atrasado, e, conforme estimativas, a semeadura das roças a serem colhidas foi menor do que aquela das ofertadas entre maio e junho. Assim, a redução da oferta pode impulsionar os preços nos próximos dias, mas a demanda enfraquecida deve limitar as valorizações.