Os preços do boi gordo seguem firmes, por volta de R$ 220,00 no estado de São Paulo. Apesar disso, pesquisadores do Cepea indicam que o pecuarista terminador tem registrado piora no poder de compra de animais de reposição, tendo em vista que os valores do bezerro e do boi magro subiram com bastante força nos últimos meses. Segundo levantamento do Cepea, no estado de São Paulo, o bezerro é negociado acima de R$ 2 mil por cabeça desde meados de junho, e o boi magro, de R$ 3 mil por cabeça, ambos recordes reais da série histórica do Cepea (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI). Considerando-se as médias mensais deflacionadas, a arroba do boi gordo no estado de São Paulo registra ligeira desvalorização de 1,42% na parcial deste ano (de dezembro/19 a parcial de julho/20), ao passo que os valores do bezerro subiram 27,5%, e os do boi magro, 13,6%. Nesse cenário, o pecuarista terminador precisa de mais arrobas de boi gordo para a compra de animais de reposição. Além da reposição, que representa mais da metade dos custos de produção de pecuaristas, a forte valorização do dólar também elevou os preços de importantes insumos pecuários que são importados.
SUÍNOS: OFERTA REDUZIDA IMPULSIONA PREÇO DO VIVO, QUE SE APROXIMA DO RECORDE REAL EM ALGUMAS PRAÇAS
Depois de caírem com força entre março e abril, os valores do suíno vivo iniciaram um movimento de recuperação em todas as praças acompanhadas pelo Cepea, que segue firme. Segundo colaboradores do Cepea, neste mês, a alta nas cotações tem sido intensificada pela baixa oferta de animais em peso ideal para abate. Do lado da demanda, a reabertura parcial do comércio em importantes regiões consumidoras em junho segue favorecendo a procura por carne suína ao longo de julho. Além disso, as exportações brasileiras da proteína continuam registrando bom desempenho, o que tem limitado ainda mais a disponibilidade doméstica. Outro fator que tem influenciado as altas do suíno vivo é o elevado preço do boi gordo no mercado brasileiro. Segundo pesquisadores do Cepea, as cotações dos produtos suinícolas, de modo geral, tendem a acompanhar as movimentações dos valores no mercado de bovinos. Diante disso, em algumas regiões, especialmente nas de Minas Gerais, os valores médios do suíno se aproximam dos patamares recordes reais da série do Cepea (iniciada em 2002) – os valores foram deflacionados pelo IGP-DI. Já em termos nominais, ou seja, sem considerar a inflação, em muitas praças o animal já é negociado nas máximas da série do Cepea.
MAMÃO: VIROSES VOLTAM A PREOCUPAR MAMOCULTORES
Viroses, principalmente a meleira-do-mamoeiro, voltaram a preocupar mamocultores no Norte do Espírito Santo e no Sul da Bahia nos últimos meses. Agentes consultados pelo Hortifruti/Cepea apontam que a região de Pinheiros (ES), onde predomina a produção de formosa, tem sido a mais afetada. Ainda conforme produtores, esse cenário reflete os menores cuidados em algumas lavouras locais, visto que os baixos preços deste ano estão descapitalizando o setor, e os impactos do novo coronavírus no funcionamento dos órgãos de fiscalização fitossanitária, já que houve paralisação e/ou redução dessas atividades em algumas localidades. Como a meleira é uma doença que não tem tratamento e que leva o mamoeiro à morte, podendo ser transmitida por meio de métodos mecânicos e/ou pelo vetor mosca-branca (Bemisia tabaci biótipo b), realizar inspeções frequentes nas lavouras, eliminando as plantas infectadas (prática do roguing), é a principal medida de controle, segundo a Embrapa. Assim, como as visitas técnicas de fiscalização diminuíram, mamocultores devem se atentar e realizar vistorias em suas áreas, praticando corretamente os métodos de controle para eliminação total dos inóculos do vírus, para que o problema não se agrave e gere ainda mais prejuízos ao setor.