Os preços do boi gordo seguem em firme movimento de alta no mercado interno nestas primeiras semanas de março, ainda influenciados pela oferta enxuta de animais prontos para o abate e também pelo recente reaquecimento nas exportações brasileiras da carne. Já quanto à carcaça casada do boi negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo, os valores estão enfraquecidos neste começo de mês. Neste caso, agentes atacadistas consultados pelo Cepea alegam dificuldades no repasse das contínuas valorizações da arroba do boi à proteína. Além da menor demanda doméstica, o baixo ritmo de vendas no atacado acaba sendo reforçado justamente pelo elevado patamar de preço da carne bovina.
SUÍNOS: PREÇO REAGE, MAS MEDIDAS RESTRITIVAS PODEM LIMITAR AVANÇO NOS PRÓXIMOS DIAS
Após consecutivos recuos na primeira quinzena de fevereiro, os preços da carne suína reagiram no final daquele mês, movimento que continuou sendo observado nos primeiros dias de março. Para os próximos dias, porém, pesquisadores do Cepea indicam que a expectativa do setor é de queda nos valores da carne, fundamentada nas medidas de restrições mais rígidas adotadas em diversas regiões do País, na tentativa de conter a pandemia de covid-19, e que deve limitar a comercialização da proteína. Quanto às exportações de carne suína in natura, na primeira semana de março, estiveram aquecidas. Segundo dados parciais da Secex, nos cinco primeiros dias úteis do mês, o Brasil embarcou 4,2 mil toneladas/dia, aumento de 6,4% frente à média de fevereiro, mês em que o ritmo dos embarques já esteve acima dos anteriores. O avanço nos embarques tem sido atribuído à retomada das compras por parte da China, que havia interrompido em janeiro parte de seus pedidos.
UVA: FIM DE SAFRA EM ALGUMAS PRAÇAS E EXPORTAÇÃO AQUECIDA MANTÊM PREÇOS FIRMES
O volume de uvas esteve restrito no mercado interno nas últimas semanas, devido à aproximação do fim das safras em São Miguel Arcanjo e Pilar do Sul (SP) e às exportações aquecidas no Vale do São Francisco (PE/BA). Neste cenário, de acordo com dados do Hortifruti/Cepea, as cotações ao produtor têm se mantido firmes. Nas praças paulistas, a temporada deve seguir até meados de abril, mas a colheita tem diminuído semanalmente. As precipitações estão constantes, mas os problemas fitossanitários são leves – especialmente na comparação com 2020, quando a podridão negra causou muitos prejuízos.