O número de animais abatidos no Brasil voltou a crescer após quatro anos de queda consecutiva. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário mostra uma retomada do rebanho e da produtividade, depois das reduções ocasionadas pela forte seca que atingiu o Centro-Sul do País entre 2013 e 2014. Segundo dados divulgados nesta semana pelo IBGE, no acumulado de janeiro a setembro deste ano, foram abatidos 23,73 milhões de animais no Brasil, número 4,06% superior ao do mesmo período do ano passado, 6,45% acima do de 2016 e 3,38% a mais que em 2015. No entanto, a quantidade abatida ficou 7% e 6,5%, respectivamente, abaixo das registradas em 2014 e em 2013. Considerando-se, especificamente, o terceiro trimestre, o volume de animais abatidos cresceu 7,2% frente ao mesmo período de 2017 e também o maior desde 2014. Esses dados ajudam a entender os movimentos de preços que ocorreram nos últimos anos e também em 2018. A maior oferta de animais em 2017 e 2018, devido ao aumento de produtividade, somada a um mercado doméstico desaquecido pressionaram as cotações ao longo do primeiro semestre de 2018.
SUÍNOS: BOM RITMO DE EXPORTAÇÕES E DEMANDA INTERNA ELEVAM PREÇO DA CARNE
As cotações da carne suína estão em alta no mercado brasileiro, devido à boa performance das exportações e ao aquecimento na demanda doméstica, conforme indicam pesquisadores do Cepea. Quanto aos embarques, dados preliminares da Secex indicam que, nos seis primeiros dias úteis de novembro, a média está em 3,1 mil toneladas, ritmo 26% acima do verificado em outubro, cenário que tem animado agentes do setor. No mercado interno, muitos atacadistas já começam a realizar as compras de carne, visando as negociações em dezembro – vale lembrar que as festas de final de ano costumam elevar a procura pela proteína suína.
FRANGO: CARNE SE VALORIZA COM AUMENTO DA PROCURA
Com a maior demanda por carne de frango nesta semana, devido ao feriado da Proclamação da República, os valores do produto estão em alta na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Essas recentes valorizações da carne de frango, por sua vez, têm amenizado as perdas acumuladas principalmente no primeiro semestre deste ano. Na primeira quinzena de novembro, as médias do frango inteiro congelado e as do resfriado, produtos comercializados na Grande São Paulo, são 17,19% e 17,17%, respectivamente, superiores às do mesmo período de 2017, em termos nominais.
OVOS: MAIOR DEMANDA ELEVA COTAÇÕES; ALTA DO VERMELHO SUPERA OS 20%
As cotações dos ovos, que vinham apresentando contínuas desvalorizações ao longo do segundo semestre, reagiram nesta primeira quinzena de novembro, de acordo com dados do Cepea. Especificamente para o produto vermelho, as altas no acumulado do mês já ultrapassam os 20% em algumas das praças acompanhadas. Colaboradores do Cepea relatam que, mesmo com a proximidade da segunda quinzena, a demanda pelo produto esteve ainda maior nos últimos dias. Entre 31 de outubro e 14 de novembro, o preço da caixa com 30 dúzias do ovo branco tipo extra, a retirar em Bastos (SP), subiu 13,9%, com média de R$ 66,18 nessa quarta-feira, 14. Para o ovo vermelho tipo extra, na mesma região, as cotações aumentaram expressivos 20% no mesmo comparativo, a R$ 75,72/cx na quarta.