A diminuição na oferta de animais prontos para o abate, a baixa disponibilidade de pastagem neste período do ano e o dólar valorizado têm sustentado as cotações da arroba neste começo de segundo semestre. De acordo com pesquisadores do Cepea, a alta do animal somada ao atual cenário de preços de importantes insumos, como boi magro e milho, podem animar confinadores a produzir um pouco mais do que no ano passado. A intenção em aumentar ou não o número de animais para engorda tem bastante influência também dos preços futuros do boi gordo (receita) na B3 (BVMF:B3SA3). Os ajustes indicam valores 6,5% maiores que os atuais para Outubro/24 e cerca de 10% acima para Novembro/24 e Dezembro/24. Quanto ao boi magro, levantamento do Cepea aponta tendência de queda desde fevereiro/21, perdendo, desde então, 41,1% do seu valor em termos reais. Para o milho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas – SP) esteve em R$ 57,02/sc de 60 kg em junho, recuo de 13,5% sobre o de janeiro, também em termos reais. No mesmo comparativo, o boi (Indicador CEPEA/B3) se desvalorizou 12,4%, com a média indo para R$ 220,70.
SUÍNOS: PREÇOS DA CARNE E DO VIVO INICIAM JULHO EM ALTA
Os preços do suíno vivo e da carne iniciam julho em alta na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores, as valorizações mais intensas do vivo no mercado independente nos últimos dias foram verificadas nas praças do Sul do País. Produtores locais consultados pelo Cepea afirmam que o cenário altista se deve à menor oferta de animais em peso ideal para abate e à demanda externa aquecida pela proteína brasileira – os estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul são os três maiores exportadores de produtos de origem suinícola. Além disso, colaboradores do Cepea relatam que alguns frigoríficos mineiros e paulistas estão mais ativos no mercado, intensificando a aquisição de lotes extras de animais. No mercado atacadista, pesquisas do Cepea mostram que o comportamento de preços da carne tem acompanhado o ritmo de alta do vivo, sinalizando uma demanda doméstica aquecida; o pagamento de salários de grande parte da população ocorre ainda nesta semana, elevando o poder de compra do consumidor.
UVA: COM NOVA ALTA, UVA BRANCA SEM SEMENTE BATE RECORDE NOMINAL
Apesar da demanda contida no final de junho, os preços das uvas brancas sem semente no Vale do São Francisco (PE/BA) seguiram em alta. Segundo pesquisadores da equipe Hortifrúti/Cepea, o impulso veio da baixa oferta. Assim, a média semanal (24 a 28/06) para a embalada, de R$ 18,30/kg, superou em 1,3% a do período anterior. Com os recentes e seguidos aumentos, a variedade fechou o mês de junho com o maior valor nominal da série histórica do Hortifrúti/Cepea, iniciada em 2017. Por outro lado, a BRS vitória teve nova queda no preço, diante da oferta maior que a demanda, com média de R$ 5,33/kg no contentor (-5,9%). Agentes relatam que ainda há problemas relacionados à qualidade, como incidência de glomerella na negra sem semente, mesmo com a diminuição da umidade já há alguns meses.