Depois de mais de um ano com os preços da arroba da carne bovina (carcaça casada negociada no atacado da Grande São Paulo) acima dos valores da arroba do boi gordo (mercado paulista), nesta primeira quinzena de março, as médias do animal para abate voltaram a superar as da carne. Na parcial deste mês (até o dia 14), a média da arroba do boi gordo está em R$ 145,41 e a da carne, em R$ 144,72, ou seja, com o animal superando em 69 centavos/arroba a proteína. Ainda que essa diferença seja mínima, trata-se de uma alteração do movimento. Segundo pesquisadores do Cepea, a inversão da vantagem neste mês está atrelada à firmeza dos preços da arroba bovina (a média do Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa supera em 0,22% a de fevereiro), enquanto os preços da carne estão enfraquecidos no atacado (a carcaça casada do boi se desvaloriza 1,7% neste mês frente a fevereiro). No caso do boi, a ligeira elevação dos preços se deve à baixa oferta de animais. Já para a carne, agentes atacadistas consultados pelo Cepea alegam que a demanda está desaquecida, dificultando a manutenção dos maiores patamares de preços dos cortes, o que, inclusive, impediu valorizações mais expressivas da arroba.
SUÍNOS: PREÇO SEGUE EM QUEDA E CARNE GANHA COMPETITIVIDADE
A carne suína segue se desvalorizando com força no mercado brasileiro, cenário que eleva a competitividade da proteína frente às principais concorrentes, bovina e de frango. Apesar das desvalorizações recentes das principais proteínas animais, a carne suína registrou as maiores quedas da média de fevereiro para a parcial de março (até o dia 14). Na Grande São Paulo, a carcaça especial suína se desvalorizou 5,6%, com média de R$ 5,23/kg na parcial deste mês. No mercado de cortes, no atacado do estado de São Paulo, os principais produtos acompanhados pelo Cepea também se desvalorizaram. O preço médio do lombo neste mês, de R$ 8,86/kg, é 6,5% menor que o de fevereiro. Quanto ao suíno vivo, quase todas as regiões acompanhadas pelo Cepea registraram desvalorizações.
ARROZ: COLHEITA AVANÇA E PRESSIONA COTAÇÕES NO RIO GRANDE DO SUL
Com o progresso da colheita, os preços do arroz estão em queda no Rio Grande do Sul. Conforme colaboradores do Cepea, as cotações vêm caindo com mais força nas regiões onde os trabalhos estão mais adiantados. Ainda assim, a liquidez segue baixa, visto que engenhos aguardam o avanço das atividades na expectativa de preços ainda menores, enquanto vendedores esperam que as intervenções governamentais impulsionem os valores. Entre 6 e 13 de março, especificamente, o Indicador ESALQ/SENAR-RS, 58% de grãos inteiros, manteve-se praticamente estável (-0,05%), já que o leilão realizado pela Conab nesta quarta-feira, 14, elevou a demanda pelo produto desta temporada. No dia 13, o Indicador fechou a R$ 35,12/sc de 50 kg.
UVA: MENOR OFERTA DE FINAS IMPULSIONA COTAÇÕES
A menor oferta de uvas finas nas principais regiões produtoras impulsionou os preços das variedades itália e benitaka nos últimos dias. No Vale do São Francisco (PE/BA), a disponibilidade das finas, que já tinha previsão de baixa nos primeiros meses do ano, diminuiu ainda mais por conta das chuvas. Entre 5 e 9 de março, a uva itália no contentor teve média de R$ 3,60/kg na região nordestina, enquanto a da benitaka, também no contentor, foi de R$ 3,50/kg, respectivas valorizações de 30,9% e de 14,8% frente à semana anterior. Já nas regiões paulistas de São Miguel Arcanjo e Pilar do Sul, a oferta diminuiu devido ao término do pico de colheita. Em São Miguel, a variedade branca com semente teve média de R$ 3,44/kg no período, e a benitaka, de R$ 3,67/kg. Em Pilar do Sul, itália e benitaka tiveram média de R$ 3,47/kg.