Os preços do boi gordo têm oscilado com força neste mês. No início de junho, o Indicador do boi gordo ESALQ/B3 chegou a acumular queda de 5,42% (até o dia 7), fechando a R$ 144,85 no dia 7, o menor patamar diário desde novembro/18. Já de meados do mês para cá, os preços voltaram a subir, recuperando todas as perdas acumuladas. Assim, até essa quarta-feira, 26, o Indicador registra alta mensal de 0,52%, fechando a R$ 153,95. Segundo pesquisadores do Cepea, em praticamente toda a primeira quinzena deste mês, o mercado foi influenciado pela paralisação temporária dos embarques de carne bovina à China (em decorrência do caso atípico de “vaca louca” em um animal de Mato Grosso). Além disso, a oferta de animais com o final da safra e início da entressafra também acabou resultando em quedas nos preços da arroba em boa parte de junho. Já esta segunda quinzena do mês vem sendo marcada pela recuperação nos preços do boi gordo, o que está atrelado especialmente à volta dos embarques à China – o anúncio da liberação foi realizado no dia 13 –, o que eleva a demanda por novos lotes de animais.
SUÍNOS: DEMANDA EXTERNA AQUECIDA ELEVA PREÇOS DA PROTEÍNA EMBARCADA
A firme demanda externa pela carne suína brasileira tem elevado os preços da proteína exportada. De acordo com dados da Secex, nos 14 primeiros dias úteis deste mês, a carne suína in natura foi vendida ao mercado internacional a US$ 3.353,55/tonelada, alta de 48% em relação à média de maio e de fortes 72% frente à de junho/18. Trata-se, ainda, do maior patamar desde novembro/14. De acordo com colaboradores do Cepea, a atratividade das vendas ao front externo tem elevado o ritmo de abates nas plantas que são habilitadas para o atendimento do mercado externo. Segundo dados do IBGE divulgados em 13 de junho, o peso total das carcaças abatidas aumentou 3,9% no primeiro trimestre deste ano frente ao mesmo período do ano passado. O ritmo aquecido da atividade na indústria frigorífica, por sua vez, tem impulsionado o preço do animal vivo.
BANANA: OFERTA DE PRATA DEVE AUMENTAR NO SEGUNDO SEMESTRE
Assim como observado em anos anteriores, a oferta de banana prata deve aumentar no segundo semestre de 2019 nas principais regiões produtoras da variedade: Minas Gerais (norte do estado e Delfinópolis), Bom Jesus da Lapa (BA) e Vale do São Francisco (BA/PE). Neste ano, a colheita da prata está prevista para começar entre julho e agosto, se intensificar em setembro e atingir pico de safra em outubro. Como resultado, segundo pesquisadores do Hortifruti/Cepea, os preços da variedade podem ser inferiores aos do primeiro semestre (período de entressafra). Por outro lado, agentes relatam que houve menor investimento em áreas de cultivo da prata e em tratos culturais para este ano, visto que a rentabilidade negativa da variedade na maior parte da safra passada desanimou produtores. Assim, espera-se um menor volume colhido frente ao do ano passado, o que pode assegurar melhores preços. A qualidade, por sua vez, pode ser limitada em algumas regiões, por conta dos atrasos nas adubações em 2018 – quando o custo aumentou e os produtores estavam descapitalizados. Outro fator que pode reduzir a qualidade é o efeito negativo da Sigatoka, que diminui o número de pencas por cacho, o tamanho do cacho e leva à maturação precoce dos frutos.