O Indicador do arroz ESALQ/SENAR-RS, 58% grãos inteiros, com pagamento à vista, fechou a R$ 99,57/saca de 50 kg nessa terça-feira, 1º de setembro, novo recorde real na série histórica do Cepea e expressivo aumento de 12,5% frente ao da terça anterior, 25. Na parcial do ano, a valorização é de 107,26%. Segundo colaboradores do Cepea, as altas estão atreladas à forte retração vendedora, visto que a oferta do cereal está baixa e inferior à demanda. Além disso, nos últimos dias, a diferença entre os preços do arroz "livre" (nos armazéns das propriedades rurais) e os do depositado nas beneficiadoras diminuiu, devido ao maior aumento no preço médio do arroz depositado em relação ao verificado para o produto “livre”. Esse movimento foi notado com mais intensidade nessa terça-feira, refletindo a forte retração de produtores, já que algumas empresas ofertaram praticamente o mesmo valor de compra para os dois tipos de arroz.
SUÍNOS: EXPORTAÇÕES SEGUEM AQUECIDAS E PREÇOS, EM ALTA
Apesar do leve recuo das exportações de carne suína entre julho e agosto, o ritmo de embarques seguiu aquecido no último mês. As exportações têm sido um dos principais fundamentos para as altas nos preços domésticos, tanto do suíno vivo quanto da carne, uma vez que a indústria segue demandando animais para abate e ajustando os preços de carcaças e cortes para garantir margens positivas. Conforme relatório da Secex, foram exportadas 87,7 mil toneladas de carne suína in natura em agosto, leve queda de 2,8% na comparação com o total de julho, mas fortes 87,5% acima do volume embarcado em agosto de 2019. Colaboradores do Cepea apontam que a expressiva demanda chinesa por carnes, especialmente bovina e suína, tem sido o principal motivo de elevação nos embarques brasileiros. No mercado doméstico, os preços do suíno vivo seguiram em alta nos últimos dias na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Mesmo com relatos de que a procura por carne suína tenha se arrefecido no período, a oferta ajustada de animais e a demanda externa firme continuam aquecendo as vendas.
ALFACE: APÓS PRODUÇÃO TER SIDO AFETADA PELO CLIMA, PREÇOS PODEM VOLTAR A SUBIR EM SETEMBRO
O mês de agosto foi marcado pela desvalorização das alfaces no estado de São Paulo. A intensificação do frio, apesar de reduzir a produção, inibiu o consumo – o que explica o comportamento do mercado no período. Em Mogi das Cruzes, o preço médio da crespa no último mês foi de R$ 0,69/unidade, similar ao observado em julho. Já em Ibiúna, houve desvalorização de 8,33%, para a média de R$ 0,44/unidade. Na última semana do mês (24 a 28), houve menor oferta nas roças paulistas, já que a ocorrência de geada e as baixas temperaturas favoreceram a incidência de doenças, como "murchadeira" – reduzindo a produção e a qualidade dos pés. Assim, a perspectiva para setembro é de valorização das alfaces, uma vez que, além do menor volume plantado e de parte da produção ter sido comprometida, as condições climáticas tendem a ser mais favoráveis ao consumo. A retomada do funcionamento de serviços de alimentação também deve continuar beneficiando gradualmente o escoamento das folhosas. Em relação à área plantada, segundo viveiristas consultados pelo Hortifruti/Cepea, a comercialização de mudas em agosto foi ligeiramente inferior à registrada em julho. Nesse cenário, setembro deve ser o último mês do ano com produção de mudas ainda reduzida, já que, em outubro, se iniciam os preparativos para a safra de verão, quando há maior fluxo de vendas.