Os preços recordes dos animais de reposição levaram muitos pecuaristas a reforçar a retenção do rebanho de fêmeas nas fazendas brasileiras ao longo do ano passado e especialmente nestes primeiros meses de 2021. E esse movimento foi confirmado por dados de abate divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram redução na proporção do abate de vacas e novilhas sobre o volume total de animais abatidos. De janeiro a março de 2021, foram abatidas 2,411 milhões de fêmeas (vacas e novilhas), o menor volume para um primeiro trimestre desde 2003, quando somou apenas 1,93 milhão de cabeças. Pesquisadores do Cepea ressaltam que essas 2,411 milhões de cabeças de fêmeas abatidas no primeiro trimestre de 2021, por sua vez, correspondem a 36,75% do total de animais abatidos no período. Essa porcentagem também é a menor desde 2003, quando esteve em 36,27%. Quanto aos animais de reposição, dados do Cepea mostram que o bezerro (de 8 a 12 meses, em Mato Grosso do Sul) segue negociado acima dos R$ 3.000,00.
SUÍNOS: COM BAIXA OFERTA DE ANIMAIS EM PESO DE ABATE, PREÇO DO VIVO SOBE
A menor disponibilidade de suínos em peso ideal para abate e a consequente retração de vendedores impulsionaram os preços do animal neste início de junho no mercado independente de todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Demandantes, inclusive, relatam certa dificuldade em adquirir novos lotes de suínos. De 2 a 9 de junho, o vivo comercializado na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba) se valorizou 17,4%, indo a R$ 6,51/kg na quarta-feira, 9. As exportações de carne suína também seguem elevadas neste mês, depois da forte alta registrada entre abril e maio, ocasionada pelo aumento dos embarques à China, que comprou 54,2 mil toneladas do produto no último mês, 53.8% do total exportado pelo Brasil.
BATATA: SAFRA DAS SECAS SE INTENSIFICA, E PREÇOS RECUAM
O preço médio da batata lavada tipo ágata recuou neste início de junho na média das lavadoras do País. Segundo pesquisadores do Hortifruti/Cepea, essa desvalorização, que já era esperada, é reflexo da intensificação da safra das secas em diversas regiões, como Curitiba e São Mateus do Sul, no Paraná, e, mais recentemente, o Cerrado de MG. Além dessas, outras praças já começam a ofertar seus produtos, como Cristalina (GO) e o Sudoeste Paulista. Apesar do maior volume disponível e da consequente desvalorização da batata, os preços ainda estão em patamares elevados. Entre 1º e 7 de junho, a média da batata lavada tipo ágata foi de R$ 72,10 (ponderada pela classificação), na média das lavadoras do País, 15% inferior ao de maio, de R$ 84,83 (também ponderado pela classificação). De acordo com colaboradores do Cepea, a expectativa para o restante do mês é de que os valores médios se mantenham acima dos custos de produção, mesmo diante da tendência de queda. Já no segundo semestre, a oferta deve ser ainda mais expressiva, e os preços podem cair significativamente caso a demanda permaneça enfraquecida.