Apesar de a cotação da arroba seguir em patamar recorde ao longo deste mês, as significativas altas nos valores do milho e do farelo de soja, importantes insumos da alimentação bovina, vêm prejudicando a relação de troca de pecuaristas. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário é verificado justamente neste momento de entressafra pecuária, quando muitos produtores intensificam o uso do cereal e do derivado de soja na alimentação animal. Na parcial de agosto, a venda de uma arroba (foi considerado o Indicador do boi gordo CEPEA/B3, mercado paulista) possibilita a compra de pouco mais de 16 quilos de milho (Indicador ESALQ/BM&FBovespa, base Campinas-SP), contra 18 quilos em julho. Quanto ao farelo de soja, a venda de uma arroba de boi gordo em São Paulo em agosto permite a aquisição de 8,2 quilos do derivado, menos que o observado no mês anterior (8,42 quilos de farelo).
SUÍNOS: PREÇOS RECORDES DO VIVO ELEVAM PODER DE COMPRA DO SUINOCULTOR
Mesmo diante da forte e seguida alta nos valores dos principais insumos de alimentação da suinocultura, milho e farelo de soja, os preços recordes do animal vivo elevam o poder de compra dos produtores consultados pelo Cepea em agosto, que, inclusive, supera o verificado no mesmo mês de 2019. No mercado de suínos, a oferta restrita de animais para abate e a demanda aquecida da indústria por novos lotes, principalmente por conta das exportações aquecidas, mantêm em elevação os valores no mercado independente. Quanto ao milho, segundo a Equipe de Grãos do Cepea, os preços seguem em acentuado movimento de alta no mercado interno desde junho, mesmo com a colheita avançada da segunda safra e com estimativas apontando produção recorde. O impulso vem da retração de vendedores, que limitam a disponibilidade do cereal no spot brasileiro, da demanda interna firme e das exportações em ritmo aquecido. Para o farelo de soja, as altas expressivas se devem ao aumento no preço da matéria-prima e à demanda doméstica aquecida pelo derivado, principalmente por conta da avicultura e suinocultura.