O volume recorde das exportações no segundo semestre de 2018 e a necessidade de aquisição de lotes de animais com características diferenciadas elevaram o preço da arroba em alguns momentos deste ano, de acordo com levantamento do Cepea. Mais especificamente na segunda metade de 2018, a baixa disponibilidade de lotes de animais confinados nos primeiros giros – dado o custo aumentado de produção – também foi responsável por impulsionar os valores da arroba. Porém, o aumento da lucratividade do pecuarista de engorda consultado pelo Cepea e também da indústria foi limitado pela demanda doméstica, que ficou abaixo do esperado. A lenta recuperação da economia brasileira fez com que a retomada do consumo ficasse abaixo do esperado, criando um cenário pouco favorável para aumentos de preços.
SUÍNOS: SETOR ENFRENTA DIFICULDADES E ALGUNS PRODUTORES DEIXAM ATIVIDADE EM 2018
O setor suinícola enfrentou algumas dificuldades em 2018. Os custos de produção com alimentação (milho e farelo de soja) subiram, as exportações da proteína foram limitadas por conta do embargo russo – que durou praticamente todo o ano – e os preços do animal vivo e da carne caíram. Esse cenário desfavorável levou, inclusive, muitos produtores consultados pelo Cepea a deixarem a atividade. A suspensão das compras por parte da Rússia acabou reduzindo significativamente as exportações nacionais, principalmente no primeiro semestre. Por outro lado, é importante ressaltar que houve aumento no volume embarcado para outros destinos, principalmente em decorrência dos surtos de peste suína em alguns países. A retração das exportações totais se juntou à produção de suíno crescente, contexto que acabou elevando a disponibilidade doméstica e pressionando os valores do animal e da carne.
FRANGO: PREÇOS OSCILAM ENTRE O PRIMEIRO E O SEGUNDO SEMESTRE DE 2018
2018 foi marcado por elevação nos preços de importantes insumos, como milho e farelo de soja, e por restrições à carne de frango brasileira no mercado internacional, de acordo com pesquisas do Cepea. Esse cenário resultou em quedas nos preços da proteína no mercado doméstico, especialmente no primeiro semestre. Na segunda metade do ano, por outro lado, levantamento do Cepea aponta certa recuperação nos valores da carne, diante da diminuição na produção. A forte alta nas cotações do milho e do farelo de soja de 2017 para 2018 (considerando-se janeiro a novembro dos dois anos) reduziu em 15,3% o poder de compra do avicultor paulista frente ao cereal nesse período e em 17,6% em relação ao derivado.
OVOS: OFERTA ELEVADA E COTAÇÕES EM QUEDA MARCAM O ANO
O avicultor de postura passou por momentos árduos ao longo de 2018. De acordo com pesquisas do Cepea, o movimento de queda nos preços dos ovos, iniciado em janeiro de 2018, perdurou no correr do ano, salvo períodos específicos em que a proteína apresentou boa recuperação. No geral, a retração nas cotações ocorreu pela elevação da oferta, em virtude, principalmente, dos investimentos que foram feitos para o aumento de plantel nas granjas já existentes. Diante do cenário baixista, muitos granjeiros intensificaram os descartes das poedeiras mais velhas. No entanto, essa estratégia não trouxe grandes reflexos nos preços, indicando que seriam necessários descartes ainda maiores. Com a maior disponibilidade da proteína no mercado doméstico, o volume de embarques ao front externo também se elevou, contribuindo para que os preços no mercado doméstico não cedessem ainda mais. Além disso, o setor também foi impactado negativamente pela alta nas cotações dos principais insumos utilizados na atividade (milho e farelo de soja).