O mês de abril se encerrou com ritmo lento de negócios, mas vendedores se mostram otimistas para maio. Muitos pecuaristas consultados pelo Cepea acreditam que as ofertas estarão menores neste mês e observam que as escalas já estão um pouco mais curtas. Com esta expectativa, na última semana e no início desta, vendedores se afastaram do mercado, esperando ofertas em valores maiores. No acumulado de abril, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 cedeu 1,3%, fechando a R$ 229,35 no dia 30. Quando considerada a média mensal, de R$ 230,51, verificam-se quedas de 1% frente à de março/24 e de 17% em relação à de abril/23, em termos reais (IGP-DI).
FRANGO: OFERTA ELEVADA E BAIXA DEMANDA MANTÊM PRESSÃO SOBRE COTAÇÕES EM ABRIL
As cotações dos produtos de origem avícola pesquisados pelo Cepea registraram novas quedas em abril, em praticamente todas as regiões acompanhadas. A pressão, segundo pesquisadores do Cepea, veio da oferta elevada e da baixa demanda no período. No atacado da Grande São Paulo, o frango inteiro resfriado teve média mensal de R$ 6,86/kg, recuo de 1,9% em relação à de março. Para o congelado, a variação foi negativa em 2,2% na mesma comparação, com média a R$ 6,87/kg no último mês. Diante da menor procura pela carne, frigoríficos foram mais cautelosos nas aquisições de novos lotes de animais, no intuito de evitar elevação dos estoques. No estado de São Paulo, o frango vivo foi negociado à média de R$ 4,94/kg em abril, baixa de 3,5% sobre o mês anterior.
SUÍNOS: PREÇOS DO VIVO ENCERRAM ABRIL COM MOVIMENTOS DISTINTOS
Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida. Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril. Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro. Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.
CITROS: PREÇOS SEGUEM EM QUEDA; PROCESSAMENTO DEVE GANHAR RITMO ESTE MÊS
Levantamento do Cepea aponta que os preços da laranja continuam caindo no mercado in natura, influenciados pela menor demanda. Além disso, a oferta mais elevada de frutas (precoces e tangerina poncã) também impede valorização. Na parcial desta semana (segunda a quinta-feira), a média de negociação está em R$ 83,52/cx de 40,8 kg para a laranja pera na árvore, baixa de 0,79% em relação ao período anterior. Em abril, a média da pera in natura foi de R$ 91,28/cx de 40,8 kg, 3% inferior à de março. Segundo pesquisadores do Cepea, o processamento de laranjas da safra 2024/25 deve começar a ser intensificado em maio, o que pode amenizar o movimento de queda nos preços, já que produtores terão a indústria como opção de escoamento. Por outro lado, pesquisadores do Cepea alertam que a demanda por laranjas pode se enfraquecer em maio, diante da entrada mais efetiva da safra de tangerina poncã; as possíveis menores temperaturas do outono também tendem a diminuir o consumo da fruta.