- O bitcoin alcançou US$ 100 mil, mas corrigiu diante de realização de lucros e volatilidade.
- As ações de Trump continuam sendo o principal fator de influência, mas é importante monitorar outros elementos.
- Resistências em US$ 99.000 e US$ 105.000 serão determinantes para os próximos movimentos.
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Após alcançar o tão aguardado patamar de US$ 100 mil nesta semana, o bitcoin recuou devido à realização de lucros e ao aumento da aversão ao risco antes do esperado relatório de empregos nos EUA.
Além dos fatores técnicos que sustentam sua alta, a escolha de Donald Trump de nomear Paul Atkins, defensor das criptomoedas, para liderar a SEC, reforça uma visão otimista de longo prazo para o ativo.
Por outro lado, a declaração de Jerome Powell de que o bitcoin não deve competir com o dólar americano tende a ter impacto limitado no mercado.
Oscilações rápidas do bitcoin despertam preocupação
Embora essas condições tenham levado o bitcoin a um novo recorde na última sessão, os vendedores assumiram o controle do mercado mais tarde no dia.
O movimento de queda, iniciado no pregão americano, evoluiu para uma recuperação durante a sessão asiática, um comportamento semelhante ao registrado em períodos anteriores do mercado de criptomoedas.
Essa retração de 10% eliminou rapidamente posições compradas, com dados indicando liquidações de aproximadamente US$ 300 milhões em longs e US$ 400 milhões em futuros em poucos minutos.
As perspectivas atuais sugerem que o bitcoin enfrentará obstáculos em torno do nível de US$ 100 mil. Parte substancial das vendas parece estar relacionada à acumulação em futuros de criptomoedas, mas perturbações no mercado também contribuíram ao longo da semana.
Entre essas perturbações, está o retorno das transferências de BTC pela Mt. Gox, que causaram volatilidade durante o verão. Com o bitcoin em máximas históricas, aumentaram os receios de que transferências acima de US$ 2 bilhões possam resultar em vendas.
Além disso, a empresa chinesa Meitu, frequentemente chamada de “MicroStrategy (NASDAQ:MSTR) da China”, decidiu liquidar seus ativos digitais, vendendo mais de 900 BTC. Esse movimento reflete uma postura de realização de lucros por parte de instituições.
Interesse crescente na Ásia e impactos de curto prazo
O interesse no bitcoin tem aumentado na Ásia, com fluxos de capital mais intensos no mercado de criptomoedas. Apesar disso, a consolidação do setor pode continuar nos próximos dias.
A recente correção ameaça enfraquecer a tendência de alta, mesmo que ela aparente ser resultado de ajustes em posições futuras.
O rali de Trump continuará?
Outro ponto relevante envolve o debate sobre a criação de uma reserva de bitcoin nos Estados Unidos, ideia que alguns consideram desnecessária. O ex-secretário do Tesouro, Lawrence Summers, classificou a proposta como "absurda".
Embora o projeto de reserva de bitcoin promovido por Trump tenha animado investidores, sua concretização parece improvável. Ainda assim, os mercados acreditam que o governo americano evitará vender seus ativos digitais durante o mandato de Trump, o que pode criar pressões significativas no mercado, especialmente nos preços atuais.
A vitória de Trump na eleição presidencial favoreceu o bitcoin ao longo de novembro, mas os efeitos desse fator parecem ter se dissipado no final do mês.
Em dezembro, com menor fluxo de notícias, é provável que o bitcoin apresente movimentos laterais, enquanto investidores aguardam novos desdobramentos.
O foco do mercado segue nos Estados Unidos, onde o esperado corte de 25 pontos-base na taxa de juros pelo Federal Reserve neste mês pode ajudar a manter os níveis atuais. Contudo, a volatilidade pode aumentar quando Trump assumir o cargo em janeiro.
Perspectiva técnica do bitcoin
O gráfico do bitcoin indica movimentos laterais desde 22 de novembro. As oscilações repentinas de preço observadas ontem podem ser ignoradas, pois carecem de confirmação por fechamentos diários, ainda que se alinhem com níveis de Fibonacci.
O ativo mantém sua tendência de alta desde setembro, período em que o nível de US$ 92.400 funcionou como resistência-chave, com base no valor Fib 2.618, e posteriormente tornou-se suporte. Depois disso, o nível de US$ 99.000 emergiu como uma resistência intermediária, sendo superado brevemente até o Fib 3.618, em US$ 104.997.
Atualmente, o patamar de US$ 99.000 permanece como a resistência mais próxima. Fechamentos diários acima deste nível colocam o foco em US$ 105.000, indicando possível rompimento de preços. No curto prazo, a movimentação lateral reduziu a energia do IFR Estocástico, abrindo espaço para avanços acima de US$ 100.000 nos próximos dias.
O volume das compras determinará a sustentabilidade do movimento. No entanto, as rápidas oscilações recentes sugerem que superar US$ 105.000 este mês é pouco provável, a menos que surjam notícias positivas que alterem o cenário.
Por outro lado, o suporte intermediário pode ser observado no nível médio de US$ 95.500. Fechamentos diários abaixo deste limite podem levar a quedas em direção ao suporte mais forte em US$ 92.400.
No longo prazo, com base no gráfico semanal, o bitcoin mantém sua tendência ascendente, com a região de US$ 105.000 sendo um limite crítico. Se a oscilação vista desde 2023 continuar, tentativas de superar os US$ 105.000 no curto prazo podem enfrentar vendas consideráveis, possivelmente empurrando o preço para um ciclo mais baixo, em direção aos US$ 85.000.
Resumo técnico e cenários futuros
No curto prazo, o bitcoin encontra-se dentro do intervalo de US$ 92.400 a US$ 105.000. Com a volatilidade crescente, é provável que esses níveis sejam testados. Rompimentos claros desses limites serão determinantes para a próxima direção do mercado.