- A pressão vendedora no mercado cripto aumentou com os planos tarifários de Trump e a divulgação de dados econômicos.
- Grandes investidores compraram 129 mil BTC em março, ajudando a sustentar a estabilidade dos preços.
- O movimento do Bitcoin depende da manutenção acima dos US$ 86 mil; uma perda desse nível pode acionar uma correção.
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Na última semana de março, a pressão vendedora no mercado de criptomoedas aumentou, interrompendo a tendência moderadamente altista observada até então. Como resultado, o bitcoin encontrou dificuldade para superar a resistência chave monitorada como ponto de recuperação e, em vez disso, recuou.
No último pregão da semana, o fator predominante por trás da intensificação das vendas foi a incerteza em torno das tarifas alfandegárias anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, previstas para entrarem em vigor em 2 de abril. Os investidores também acompanham de perto a divulgação do índice de inflação de despesas com consumo (PCE), marcada para hoje. Dada sua relevância para a política de juros do Federal Reserve, o mercado tem adotado uma postura cautelosa.
Dados recentes também apontam para queda nas posições abertas no mercado futuro, sinalizando maior aversão ao risco. Informações da Glassnode mostram que investidores de curto prazo lideraram os movimentos de venda, contribuindo para a contração nas posições em derivativos.
O plano tarifário de Trump, que provocou reações negativas nos mercados globais, foi um fator-chave na redução do apetite por risco ao longo de março. Ainda assim, na segunda metade do mês, a atuação compradora de grandes investidores ajudou a conter quedas mais acentuadas no preço do bitcoin.
Segundo a Glassnode, esses investidores adquiriram 129 mil BTC em março — a maior onda de compras desde agosto do ano passado. Esse movimento sinaliza que há demanda consistente abaixo da faixa dos US$ 80 mil.
Apesar do aumento da pressão vendedora, os aportes em ETFs de bitcoin à vista ajudaram a limitar as perdas da semana.
Riscos macroeconômicos continuam sendo barreira para recuperação
O governo norte-americano iniciou recentemente cortes de gastos e adotou medidas mais protecionistas no comércio exterior. A decisão de Trump de aplicar tarifas de 25% sobre automóveis importados tem prejudicado os mercados globais — e também afetado os criptoativos.
A divulgação do núcleo do PCE, marcada para hoje, é vista como um evento decisivo, já que poderá influenciar diretamente a trajetória dos juros nos EUA. Mesmo com desenvolvimentos pontualmente positivos, as incertezas macroeconômicas seguem sendo o principal obstáculo para uma retomada mais sólida do bitcoin no curto prazo.
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Perspectiva técnica para o bitcoin
Na semana passada, o bitcoin ensaiou uma recuperação importante, ao romper a linha de tendência de baixa iniciada anteriormente. O rali, iniciado em 11 de março, levou o preço até US$ 88 mil. No entanto, a força compradora perdeu tração ao se aproximar dos US$ 87 mil, região próxima ao nível de retração de Fibonacci 0,382 — uma resistência técnica relevante.
Caso a pressão vendedora persista nesse patamar, o ativo pode voltar a testar a faixa superior do canal de baixa rompido anteriormente. Nessa hipótese, o preço pode recuar para o intervalo entre US$ 80 mil e US$ 82 mil. Se houver entrada de compradores nesse nível, a tendência de recuperação pode ganhar novo fôlego.
Em outro cenário, se o bitcoin conseguir se manter acima de US$ 86 mil no fim de semana, o movimento de alta poderá seguir sem necessidade de reteste. No gráfico diário, esse nível coincide com a confluência das médias móveis exponenciais de curto prazo. A sustentação acima dessas médias abriria caminho para um novo alvo técnico: a média móvel exponencial de 3 meses, próxima de US$ 90 mil. Um rompimento desse patamar pode acelerar o preço rumo à faixa entre US$ 95 mil e US$ 98 mil.
Entretanto, o Índice de Força Relativa (IFR) encontra-se em zona de sobrecompra, e os ganhos recentes ocorreram sob volume relativamente baixo. Isso aumenta o risco de correção caso o suporte em US$ 86 mil seja perdido — o que poderia levar o bitcoin novamente para a região dos US$ 80 mil. Portanto, os US$ 86 mil se configuram como uma zona crítica: o comportamento do preço nesse nível tende a determinar o próximo movimento relevante. No momento, a leitura técnica favorece uma perspectiva mais cautelosa, com viés de baixa no curto prazo.
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