Apenas nesta semana, três notícias envolvendo à corretora Binance mostram que a sua liderança no mercado de criptoativos ao longo dos últimos anos teve um preço.
A empresa se tornou uma espécie de "chamariz regulatório" à nível global, numa tentativa de 'simplificação' de um processo de regulação que por si só é muito mais complexo, envolvendo uma nova classe de ativos no mercado de capitais.
Veja as notícias:
- Executivo da Binance foge de prisão na Nigéria; empresa é acusada de evasão fiscal
- Empresa que comprou a Binance na Rússia anuncia encerramento das atividades
- Filipinas anuncia que irá bloquear acesso à Binance por irregularidades regulatórias
A Binance não é uma empresa perfeita, longe disso. Mas a minha opinião é de que é muito mais 'fácil' para os reguladores ordenarem o bloqueio de uma empresa líder no setor, do que construir um arcabouço regulatório que abarque toda a complexidade dessa nova classe de ativos. Isso sairia muito caro... exigiria a contratação de profissionais qualificados, pesquisas de mercado, dentre outros custos.
No Brasil, surpreendentemente, temos visto um tom positivo da CVM, que na medida do possível, tem tentado atuar junto com os players de mercado, visando construir um arcabouço regulatório que não limite o desenvolvimento do setor.
A tecnologia blockchain e suas implicações no mercado de capitais são um caminho irreversível, assim como a ascensão da internet nos anos 2000. Países que inicialmente resistiram a essa inovação, como a China e os Estados Unidos, estão progressivamente mudando sua postura. Isso é evidenciado pela recente aprovação dos primeiros ETFs de Bitcoin nos EUA, sinalizando um reconhecimento por parte dos orgãos reguladores do potencial de uso das criptomoedas.