Permanece a volatilidade dos ativos, alimentada pela percepção de que a ação dos Bancos Centrais para coibir a inflação no mundo deverá se acelerar ainda mais, em meio à continuidade de diversas pressões.
A presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester defende abertamente uma elevação igual de 75 bp na próxima reunião, contrariando a premissa em aberto deixada por Powell na entrevista após a última decisão de juros.
Há por parte de grandes bancos uma visão negativa de onde isso pode levar, em meio à já em andamento retirada de liquidez, a qual surtiu efeito mais acelerado do que se imaginava anteriormente nas linhas de crédito, com taxas de 30 anos do Freddie Mac saindo de 5,09% para 5,81% num espaço de pouco mais de 20 dias.
Este exemplo explica em partes o enxugamento dos setores de hipoteca dos bancos nos EUA, com demissões em massa, pois para uma instituição financeira, o setor imobiliário é um dos termômetros mais importantes de uma economia, daí muitos analistas projetarem uma recessão nos EUA em breve ou já em andamento.
Obviamente, tal conceito se choca com a situação de diversos indicadores de atividade econômica, em especial o mercado de trabalho, mas a verdade é que os Bancos Centrais de economias desenvolvidas estão muito atrás da curva no combate à inflação e continuam reticentes em agir da maneira correta e necessária.
A reunião hoje em Sintra do “ECB Forum on Central Banking” concatenará a nata dos banqueiros centrais dovish no mundo, com LaGarde do BCE, Powell do Fed e Bailey do BoE, entre outros, mas não deve resolver, por exemplo, a questão do posicionamento ainda fraco dos europeus no controle inflacionário.
Todos contam com os efeitos desinflacionários da retomada da atividade econômica na China e assim, a resolução do choque de ofertas, mas eles sabem também que tal contração tende a ajudar muito mais os países que não inundaram sua economia com liquidez, como os emergentes.
Para nós, os efeitos serão sentidos muito mais rapidamente, já para países em que os estados querem liberar outro cheque, agora de rebate de impostos sob pretexto de alívio da inflação, fica difícil imaginar o quanto tempo ainda eles têm antes que a inflação se torne algo intrínseco à economia, como no Brasil antes de 1994.
Atenção hoje ao IGP-M, PIB nos EUA e a inflação local já divulgada na Alemanha.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, um dia após as principais bolsas fazerem uma tentativa fracassada de retomada de ganhos.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, com a queda dos índices de confiança no Japão e na Coreia do Sul.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao paládio e platina.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com incertezas sobre a oferta.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,69%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2695 / 0,60 %
Euro / Dólar : US$ 1,05 / 0,010%
Dólar / Yen : ¥ 136,44 / 0,198%
Libra / Dólar : US$ 1,22 / -0,041%
Dólar Fut. (1 m) : 5275,83 / 0,78 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,90 % aa (1,28%)
DI - Janeiro 24: 13,58 % aa (2,03%)
DI - Janeiro 26: 12,76 % aa (2,49%)
DI - Janeiro 27: 12,82 % aa (2,48%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,1709% / 100.591 pontos
Dow Jones: -1,5627% / 30.947 pontos
Nasdaq: -2,9763% / 11.182 pontos
Nikkei: -0,91% / 26.805 pontos
Hang Seng: -1,88% / 21.997 pontos
ASX 200: -0,94% / 6.700 pontos
ABERTURA
DAX: -1,745% / 13000,89 pontos
CAC 40: -1,219% / 6011,82 pontos
FTSE: -0,473% / 7288,77 pontos
Ibov. Fut.: -0,40% / 102106,00 pontos
S&P Fut.: -0,17% / 3819 pontos
Nasdaq Fut.: -0,296% / 11642,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,51% / 123,33 ptos
Petróleo WTI: 0,44% / $112,25
Petróleo Brent: 0,28% / $118,31
Ouro: -0,13% / $1.817,59
Minério de Ferro: -0,97% / $123,00
Soja: 0,74% / $1.676,00
Milho: 0,66% / $764,50
Café: 0,61% / $223,25
Açúcar: -0,81% / $18,38