Desde o início deste mandato do Banco Central, mantivemos uma postura crítica à forma como seus membros utilizam a comunicação fora dos canais institucionais.
No passado, sempre que perguntados sobre algum assunto sensível, a reposta era: “A comunicação do BC é feita pelos canais oficiais da instituição, como atas, comunicados e relatórios”.
Ou seja, não se esperava de um membro do BC qualquer sinal diferente daquele emitido ali e portanto, a leitura principalmente da ata era feita de maneira bastante esmiuçada, o que suscitava brincadeiras de que era um processo “cartomântico”.
O que ocorre agora vem no desencontro desta premissa, com diversos membros do Banco Central, até mesmo seu presidente, emitindo opiniões e sinais dos mais diversos em epventos e palestras no setor privado, como ontem, quando Campos Neto, presidente do BC, disse que o processo de aperto deve terminar em junho.
Obviamente, sua declaração em meio ao pregão aberto afetou os negócios, alterou o rumo das curvas de juros e impactou o câmbio, revertendo o cenário que se desenhou na abertura.
O problema é que tal premissa possa, novamente, ser desafiada pela realidade de que a inflação atual depende de uma série de eventos de baixa previsibilidade, como o fim da invasão russa à Ucrânia, a não ocorrência de um lockdown severo na China, suscitando um novo choque de ofertas e a estabilidade de commodities.
Sem estas premissas, declarações como estas, fora dos canais oficiais, soam mais como torcida do que como análise, dada a falta de aderência com a realidade corrente dos fatos.
No exterior, o foco continua na questão ucraniana e os próximos passos que continuam a dificultar a posição russa, com a reocupação de algumas posições importantes pela Ucrânia, com o acordo de gás da União Europeia com os EUA, retirando parte do poder de Putin sob o continente e na expectativa da visita de Biden à fronteira com da Polônia.
Rumores indicam que Zelensky foi aconselhado a desistir dos três territórios reclamados pela Rússia, para avançar o processo de paz e resumir a guerra aos menores danos possíveis, o problema é saber se Putin se satisfaria com isso.
Atenção hoje ao IPCA-15, onde projetamos alta de 0,86%, com alimentação ainda como o principal artífice da inflação elevada, seguida de educação.
Abertura de mercados
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa por movimentos na questão ucraniana e declarações recentes do Fed.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, puxados por ações de tecnologia.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos até 3 anos.
Entre as commodities metálica, queda, com exceção ao minério de ferro e prata.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, mais uma vez aguardando um possível acordo com o Irã.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,89%.
Câmbio
Dólar à vista : R$ 4,8268 / 0,00 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / 0,118%
Dólar / Iene : ¥ 121,58 / -0,613%
Libra / Dólar : US$ 1,32 / -0,121%
Dólar Fut. (1 m) : 4837,39 / -0,32 %
Juros futuros (DI)
DI - Janeiro 23: 12,84 % aa (-0,73%)
DI - Janeiro 24: 12,30 % aa (-2,69%)
DI - Janeiro 26: 11,54 % aa (-2,82%)
DI - Janeiro 27: 11,56 % aa (-2,53%)
Bolsas de valores
FECHAMENTO
Ibovespa: 1,3584% / 119.053 pontos
Dow Jones: 1,0170% / 34.708 pontos
Nasdaq: 1,9338% / 14.192 pontos
Nikkei: 0,14% / 28.150 pontos
Hang Seng: -2,47% / 21.405 pontos
ASX 200: 0,26% / 7.406 pontos
ABERTURA
DAX: 0,353% / 14324,18 pontos
CAC 40: 0,230% / 6570,83 pontos
FTSE: -0,034% / 7464,87 pontos
Ibovespa Futuros.: 1,43% / 119755,00 pontos
S&P 500 Futuros: 0,11% / 4517,25 pontos
Nasdaq 100 Futuros.: -0,022% / 14778,25 pontos
Commodities
Índice Bloomberg: -0,49% / 128,52 ptos
Petróleo WTI: -1,17% / $111,03
Petróleo Brent: -0,15% / $118,85
Ouro: -0,05% / $1.956,59
Minério de ferro: 0,77% / $149,63
Soja: -0,44% / $1.691,75
Milho: -0,33% / $746,00
Café: 0,25% / $222,30
Açúcar: 0,73% / $19,42