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BCs da Europa e EUA Destoam da Política de Aperto em outros Países

Publicado 01.11.2021, 09:58
Atualizado 09.07.2023, 07:31

O Banco do Canadá tomou a decisão de interromper imediatamente novas compras de títulos e passou a prever uma elevação de juros no segundo ou terceiro trimestre do próximo ano.

O governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, disse que o banco central britânico estava pronto para subir juros e combater a inflação. Seu comitê de política monetária se reúne nesta semana e pode dar alguma indicação das suas intenções. O Reserve Bank da Austrália parou de defender uma meta de rendimento para seus títulos governamentais, indicando que iria abandonar a flexibilização diante da inflação.

Mas os dois principais banqueiros centrais do mundo, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, acham que sabem mais do que os outros.

BC canadense entra em “fase de reinvestimento”; RBA pode reduzir meta de yield nesta semana

Embora a expectativa seja que o Fed anuncie o início do tapering em sua reunião de política monetária desta semana, Powell ainda acredita que a inflação arrefecerá e o banco central americano não precisará elevar juros por enquanto. Lagarde, do BCE, disse que não vê qualquer necessidade de subir os juros antes do fim de 2022, embora tenha reconhecido que os membros do conselho dirigente tenham conversado bastante sobre inflação em sua reunião da semana passada.

O novo anúncio feito de maneira abrupta pelo banco central canadense, afirmando que entraria em "fase de reinvestimento” das suas compras de ativos – ou seja, compraria títulos governamentais somente para substituir os que estão vencendo – veio como um choque. Apesar de o anúncio do conselho dirigente declarar que ainda há um excesso de capacidade que exige um suporte contínuo de política monetária (leia-se: juros baixos), essa situação pode terminar nos “trimestres de meados de 2022”.

Após o BC australiano fracassar em interromper a alta do rendimento do título de abril de 2024 na meta de 0,1% – o yield atingiu 0,8% na sexta-feira – os investidores agora acreditam que é possível que o RBA retire formalmente a meta de retorno na reunião do seu conselho nesta semana. Seu anúncio de política monetária trimestral está previsto para o fim desta semana.

Na sexta-feira também saiu o relatório sobre o índice de gastos com consumo pessoal nos EUA, que registrou seu maior avanço ano a ano em três décadas, subindo 4,4%. O núcleo do índice, que exclui alimentos e energia e é a métrica preferida do Fed, subiu 3,6%, maior alta desde maio de 1991.

Biden atrasa indicação do presidente do Fed

O bilionário gestor de hedge fund, Bill Ackman, disse que fez recentemente uma apresentação no Fed de Nova York, responsável por executar a política monetária do banco central americano, e pediu que a instituição começasse a fazer um aperto monetário “imediatamente”, não só reduzindo as compras de ativos, mas sobretudo elevando os juros o mais cedo possível.

Ao mesmo tempo, o atraso do presidente americano Joe Biden em nomear um chefe para o Fed está criando um vácuo de liderança cada vez mais ameaçador. Essa indicação geralmente ocorre em outubro para o mandato que expira no início de fevereiro. Até mesmo Donald Trump fez seu anúncio em 2 de novembro, o que mostra que Biden está mais atrasado do que o usual e não deve fazer sua nomeação até voltar das suas reuniões na Europa.

Quanto maior o atraso, pior fica a perspectiva de um segundo mandato para Powell. Independente da renomeação de Powell ou da indicação de Lael Brainard, governadora do Fed, para sucedê-lo, a política monetária não deve sofrer qualquer mudança, mas a espera gera incômodo.

Especialmente em vista da incerteza com a forma como a inflação continuará subindo e com o momento em que o Fed resolverá agir, o atraso está começando a minar a credibilidade de uma administração já enfraquecida pela ação morosa em relação ao seu orçamento e pelo fiasco da retirada do Afeganistão.

Powell está sob fogo tanto da direita quanto da esquerda. A senadora democrata Elizabeth Warren o classificou como “homem perigoso” para dirigir o banco central e explicitamente disse que não apoiaria um segundo mandato seu. Ela acredita que ele pega muito leve com os bancos.

Na semana passada, o senador republicano Rick Scott, ex-governador da Flórida, disse que não apoiaria a renomeação de Powell, a menos que ele alterasse seu comportamento de “ignorar de forma tola a alta da inflação” e parasse de seguir a agenda política dos democratas, em prejuízo do bem-estar das famílias americanas.

Os dois representam os interesses opostos no congresso americano. É difícil ver como Powell será capaz de manter ambos satisfeitos.

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